Mercado

Grupos iniciam projeto para diminuir gastos e aumentar eficiência

Primeira cultura em larga escala a ser implantada no Brasil, ainda no período colonial, a cana-de-açúcar teve por muitas décadas seu auge nos feudos nordestinos. O declínio começou com as descobertas de minérios na região hoje chamada de Sudeste, e aprofundou-se com as diversas crises enfrentadas pelo segmento ao longo das últimas décadas.

Dos centenários grupos sucroalcooleiros do Nordeste, alguns conseguiram, ainda que com dificuldade, passar pela “seleção natural” do mercado. Entre os maiores estão o Coruripe, que tem origem e sede em Alagoas e outras três usinas em Minas Gerais, e o grupo também alagoano Carlos Lyra que, entre outros problemas, teve uma de suas usinas, a Lajinha, inundada pelas águas do dilúvio que atingiu o Nordeste neste ano e que prejudicou boa parte da safra regional de cana-de-açúcar.

Há, ainda, as unidades do grupo do senador João Lyra, em recuperação judicial, além dos pernambucanos Santo Antônio e Olhos D´Água. A francesa Louis Dreyfus já tem unidades na Paraíba e no Rio Grande do Norte.

Somente em Pernambuco, o setor já teve 700 mil hectares cultivados com cana, ante os 400 mil atuais, conta Renato Cunha, presidente do Sindicato das Indústrias de Açúcar e Álcool do Estado (Sindaçúcar). Maior Estado canavieiro do Nordeste, Pernambuco lidera o projeto para resgatar a competitividade da região. O trabalho busca variedades mais produtivas e o desenvolvimento de máquinas de colher cana em áreas de maior declive. “O potencial é para reduzir custos de produção na ordem de 20% a 30% no médio prazo”, afirma Cunha. (FB)