Mercado

Grupos exportadores ampliam negócios do álcool

As usinas e destilarias de Alagoas projetam para a safra 2.003/04, com praticamente toda cana já processada industrialmente, a exportação de 250 milhões de litros de álcool. O número é pouco mais de 20% maior em relação à safra anterior, e esse crescimento é atribuído ao desempenho do grupo exportador formado pela maioria das unidades produtoras, entre elas os grupos João Lyra e Carlos Lyra e as usinas Santo Antônio, Roçadinho, Leão e Coruripe.

Segundo o diretor financeiro da Usina Roçadinho, Cid Sampaio Neto, o grupo foi formalizado no ano passado para atuar a partir da atual safra em e “os primeiros resultados estão surgindo nos contratos para exportação de álcool”. A Roçadinho é um exemplo dos benefícios do grupo exportador. Na safra passada não comercializou nada da produção de álcool no mercado externo. Já para a safra atual confirma a exportação de 12 milhões de litros, quase metade de toda produção, mantendo a venda externa de 100% da produção de açúcar.

O grupo exportador faz a prospecção de mercados através da Coopertrading, que trata dos negócios externos da Cooperativa dos Produtores e Açúcar e Álcool de Alagoas, mantém cada uma dois representantes que acompanham a evolução dos negócios, e os contratos que surgem são divididos segundo o interesse e disponibilidade de estoque de cada usina e destilaria. “A Roçadinho estava decidida a entrar no mercado externo do álcool e faria isso sozinha, mas admito que com o grupo exportador trouxe maiores facilidades em todo processo”, admite o diretor financeiro da Roçadinho.

Ele entende que as ações coalizadas são fundamentais para o desempenho de um setor, o sucroalcooleiro, em franca expansão. “Ninguém pode vislumbrar apenas os próprios interesses, mas sim procurar conciliá-los com as perspectivas setoriais, o que faz com que as soluções sejam mais imediatas para os problemas que vão surgindo”. No Paraná a política a união de planejamento e estratégias também está trazendo resultados nos negócios externos com o álcool.

As 27 usinas e destilarias paranaenses já confirmaram contratos que ampliam em 50% o volume de exportações de álcool, aumentando de 60 milhões para 90 milhões de litros o volume destinado ao mercado externo. Os números são confirmados pelo vice-presidente da Alcopar (Associação dos Produtores de Açúcar e Álcool do Paraná), Paulo Zanetti.

Esse volume de exportações de álcool poderá chegar a um aumento de 130% caso sejam confirmados contratos em negociação. Isso significaria um volume de exportações de 160 milhões de litros. Segundo Zanetti, a evolução dos negócios externos com o álcool no Paraná são resultados da implantação da CPA (Central Paranaense de Álcool) há dois anos.

A organização responde pelas negociações e toda logística para exportação do álcool. “Negociando e vendendo em bloco os custos são bem menores, mesmo porque a maioria das unidades produtoras do Paraná é de pequeno porte e, por isso, unidas aumentam a competitividade”, acrescenta do vice-presidente da Alcopar.