A divulgação de novos projetos, o anúncio de aquisições e fusões, a realização de grandes investimentos estão movimentando o setor sucroalcooleiro, de maneira surpreendente. Com uma freqüência jamais presenciada, novas notícias têm agitado o mercado. Uma das mais recentes é a formação do maior grupo produtor e exportador do álcool combustível do País, por meio da associação de empresários brasileiros, americanos e alemães, que poderá viabilizar um dos maiores empreendimentos no setor, com investimentos de US$ 8,4 bilhões para a construção de 24 destilarias.
O projeto foi apresentado pelo empresário Áureo Luiz de Castro, da holding brasileira Etanalc, durante visita ao governador do Tocantins, Marcelo Miranda, no início do mês. O encontro teve também a presença do vice-presidente da americana Sempra Energy Corp, Thimoty Keogh. Tocantins deverá abrigar inclusive 12 das unidades produtoras, ficando com metade dos investimentos. A Etanalc – que vai liderar o empreendimento – já possui 700 mil hectares de terras arrendadas no Estado, conforme informações da assessoria de comunicação do governo estadual. Outros 800 mil hectares foram arrendados no Maranhão, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde serão implantadas as outras unidades. A Etanalc conta com a parceria, neste projeto, da Sempra Energy Corp – que atua no setor de gás natural nos Estados Unidos -, e a alemã Manferrostaal, que é concessionária mundial do grupo Man.
As 24 destilarias, quando estiverem em pleno funcionamento, terão uma produção de 5,7 bilhões de litros de etanol por safra. Cada unidade deverá processar aproximadamente 3,5 milhões de toneladas de cana. As exportações de álcool do grupo – com início previsto para 2010 – deverão ser realizadas, num primeiro momento, para os Estados Unidos e Japão. A Etanalc, que vai administrar as destilarias, destinará a produção para a Sempra, que assume o compromisso – de acordo com protocolo de intenção – de adquirir 240 mil metros cúbicos de álcool por safra (volume referente a cada destilaria) por um período de 20 anos. A Manferrostaal estará incumbida em construir as plantas industriais até 2010.