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Grupo francês investe em unidade de biodiesel na Bahia

O governador Paulo Souto e o presidente do grupo francês Dagris, Gilles Peltier, assinaram na tarde de hoje (28) protocolo de intenções entre o governo baiano e a empresa para a produção de óleos vegetais e biodiesel na Bahia. Até o fim do ano que vem, a Dagris deve começar a construção da unidade de processamento de óleos vegetais no município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste do estado. A localização da outra planta, destinada à produção de biodiesel, deve ser definida em breve. O investimento total previsto pelos franceses está estimado em cerca de R$ 160 milhões.

“A vinda dessa empresa para a Bahia é muito importante nesse processo contínuo de industrialização, agregando, o que é extremamente significativo, a participação de pequenos produtores nesse negócio”, declarou o governador.

Ele destacou ainda a tradição da empresa no fortalecimento da agricultura familiar para a produção de matéria-prima. “Ela vai associar o trabalho de pequenos produtores. É por isso que o Estado está próximo. No início, produtores de algodão, mas depois produtores de outras oleaginosas”, complementou Souto.

A Dagris vai esmagar 250 mil toneladas de sementes de algodão por ano para produzir ração animal, línter (produto derivado da semente para uso industrial) e óleo vegetal, que é a base da produção de biodiesel.

A instalação da empresa na Bahia foi motivada pela posição de destaque na cotonicltura pelo estado, que hoje é o segundo produtor no país, e pela característica de cultivo do produto no estado, que tem uma grande parcela oriunda da agricultura familiar. “Nossa empresa trabalha essencialmente em países em desenvolvimento e, além disso, o estado da Bahia tem um potencial agrícola muito elevado em termos de agricultura familiar”, explicou o presidente da empresa.

Peltier informou que a Dagris atua nos ramos de algodão e óleo vegetal para produção de biodiesel, além de fornecer sementes e estar iniciando as pesquisas para o cultivo e processamento de sementes de girassol. São 30 usinas espalhadas pelo mundo, principalmente na África, no sul da Europa e na Ásia.

A meta do grupo no Brasil é atender a 10% do consumo interno de biodiesel. “Assinamos um protocolo de intenções com a Petrobras para estabelecermos uma parceria para a transferência de tecnologias e experiências na produção de biodiesel no Brasil”, informou o executivo.