O governo publicou hoje no Diário Oficial da União decreto regulamentando as chamadas “estações coletoras”, que são centrais de captação de energia que conectarão usinas de biomassa, pequenas centrais hidrelétricas e parques eólicos ao sistema de linhas de transmissão de energia do País.
A criação dessas centrais coletoras, batizadas pelo governo de “Instalações de Interesse Exclusivo de Centrais de Geração para Conexão Compartilhada”, é um dos fatores que vêm sendo apontado como decisivos para que as usinas de álcool possam entrar no mercado de venda de energia, a partir do processamento do bagaço de cana.
O governo marcou para o dia 30 de julho o primeiro leilão de energia voltado exclusivamente para usinas de biomassa. O presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank, afirmou que as usinas do Estado de São Paulo não serão ofertadoras de eletricidade de cana em função falta de incentivo do governo paulista para a modernização das caldeiras das térmicas.
Apesar do potencial de geração de energia elétrica dessas usinas, faltava-lhes – principalmente em Estados como Mato Grosso do Sul e Goiás – acesso ao sistema de transmissão. Ou seja, elas têm como produzir a energia, mas não podem escoá-la.
Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, caberá agora à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fazer uma chamada pública para catalogar as usinas que têm interesse em contratar o serviço das estações coletoras. “A partir daí, a EPE vai dimensionar os projetos para a quantidade de usinas cadastradas. Depois, mandamos os projetos para a Aneel, que leiloará essas novas linhas”, explicou.