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Governo quer preço equiparado para álcool combustível

O diretor do Departamento de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ângelo Bressan Filho destacou no último sábado, durante o II Seminário “Posicionamento Estratégico do Setor Sucroalcooleiro – Safra 2004/2005” que a idéia do Governo Federal é a de que o álcool poderia ter um preço equiparado em todo o território nacional e para isto, no ponto de vista do Governo, o ideal seria que o preço do produtor oscilasse entre R$ 0,60 e R$ 0,80.

Bressan Filho destacou ainda a posição otimista do Governo no que refere a uma possível crise do setor sucroalcooleiro nas próximas duas safras. “Trago o recado do Ministro Roberto Rodrigues que disse que não existe crise no setor, pois crise é quando olhamos o horizonte e não vemos nenhuma solução, o que não é o caso”, destacou o diretor.

Durante o seminário, Bressan Filho ouviu dos palestrantes reclamações quanto à política de incentivo do Governo Federal ao uso do Gás Natural Veicular (GNV) e críticas no que se refere as diferentes taxações do álcool de estados para estados, que seriam responsáveis pelas oscilações de preços nas diferentes capitais.

“Não descartamos a possibilidade de o governo criar mecanismos para controlar os preços do álcool a fim de conseguirmos a equiparação dos preços finais, mas acredito que o ideal seria o próprio setor se mobilizar e criar esses mecanismos, que refletiriam como uma política mais agressiva na imagem positiva do setor”, disse Bressan

Dentre as sugestões para equiparar os preços do álcool em todo o país, o diretor do Departamento de Açúcar e Álcool destacou um acordo que poderia ser firmado com uma grande rede de distribuição de combustíveis.

“Acho muito desfavorável ao setor o álcool custar R$ 0,65 em Ribeirão Preto e R$ 1,50 em Brasília. Essa parceria com uma grande distribuidora poderia gerar o estabelecimento de um piso único para os consumidores, o que ajudaria muito na melhora da imagem do setor”, destacou.

Bressan Filho comentou com os empresários reunidos no evento que no ano passado abastecia seu veículo flex fuel em Brasília e pagava pelo litro de álcool cerca de R$ 1,50, quando ele era vendido aos distribuidores a R$ 1,00. “Hoje, que o álcool está sendo vendido pelos usineiros a R$ 0,37, continuo pagando R$ 1,47 por litro, alguém está lucrando com isto e o setor deveria se organizar para descobrir quem e brigar para que isto não ocorresse mais”, finalizou.