O Brasil deve receber em breve um grupo de autoridades e empresários do Panamá para conhecer a tecnologia nacional de produção de álcool combustível. O pequeno país da América Central, que importa 100% do combustível usado pelos seus três milhões de habitantes, tem interesse em transformar usinas de açúcar e iniciar sua própria produção de álcool nos próximos anos.
Em reunião de trabalho entre o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e ministros do governo do Panamá, o vice-presidente do país da América Central, Samuel Lewis Navarro, demonstrou entusiasmo com a tecnologia desenvolvida no Brasil.
“Estamos altamente interessados, já que estamos diante de uma excelente alternativa energética que é o etanol”, afirmou o vice-presidente.
Aos panamenhos, Furlan repetiu diversas vezes as vantagens do uso do álcool ao dar ênfase ao fato de que o combustível é renovável, limpo, mais barato que o petróleo e ainda gera empregos. O ministro lembrou que o Panamá já produz açúcar em cinco usinas, que poderiam ser rapidamente transformadas para produzir álcool combustível.
“O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), inclusive, pode financiar esse up-grade das usinas”, prometeu o ministro.
Ainda sobre o álcool, há interesse explícito do Brasil de que o Panamá possa ser um dos países da América Central que serviria como base exportadora de álcool, já que a região conta com acordos comerciais que permitem a exportação do combustível renovável com isenção tributária. “É a chance de o Panamá e o Brasil aproveitarem a situação, já que os Estados Unidos estão comprando todo o etanol que podem”, ressaltou o vice-presidente panamenho.
Outro foco de interesse das autoridades daquele país e empresários brasileiros é o programa de ampliação do parque de produção elétrica. Atualmente, o Panamá consome 1,2 mil MW e tem planos de ampliar a produção de 1,2 mil MW a 2,7 mil MW nos próximos dez anos. Para isso, seriam construídas cerca de duas usinas hidrelétricas de pequeno porte por ano na próxima década.