O diretor executivo da Empresa de Planejamento Energético (EPE), Maurício Tolmasquim, vislumbra o projeto das ondas como um forte candidato ao programa de energia alternativa do governo federal, o Proinfa. “Nosso papel é analisar tudo o que é novo. Veja no que o álcool, até pouco tempo incipiente, se tornou”, avalia o especialista.
O fabricante escocês de geradores próprios para a usina de ondas Ocean Power Delivery dobrou o número de funcionários nas últimas duas semanas, de 25 para 50. De olho no potencial brasileiro, o gerente de Desenvolvimento de Negócios da empresa, David Langston, veio ao Rio ontem para participar de solenidade na Coppe que apresentou o projeto. Na Europa, a energia das ondas começa a deslanchar.
A Coppe elaborou o projeto pioneiro da usina de ondas e o governo do Ceará assumiu a construção, com investimento inicial da ordem de R$ 3,5 milhões. Para cada MW, a energia de ondas consome US$ 1,2 milhão, menos que a energia eólica (US$ 1,4 milhão) e mais que a hidráulica (US$ 1 milhão por MW). A Eletrobrás financiou parte do projeto, com R$ 375 mil.
Localizada no porto de Pecém, a 60 quilômetros de Fortaleza, a usina foi planejada para possuir 20 módulos, dos quais dois serão licitados no próximo mês. A expectativa é ter em operação um décimo da capacidade instalada da usina já em dezembro, com 50 KW. Na medida em que a demanda cresce, investidores interessados podem aumentar a capacidade também, sendo esta flexibilidade uma das vantagens apontadas pela Coppe.