O presidente está pensando em antecipar as metas do biodiesel. Há um grande interesse, há muitas empresas se instalando e, ainda, a novidade da Petrobras, que é o H-Bio, que faz a mistura diretamente na refinaria – disse Luiz Carlos Guedes em entrevista à Rádio Gaúcha.
Segundo o ministro, um dos problemas das últimas safras brasileiras, além da seca que afetou o sul do país, a queda dos preços mundiais e a valorização do dólar, é a questão de infra-estrutura, sobretudo de logística.
O problema maior no país é de infra-estrutura, logística. Apesar de todas essas limitações, inclusive câmbio, o custo de produção brasileiro, na propriedade, é imbatível, quando se compara com os concorrentes do Mercosul ou dos Estados Unidos. Já o nosso transporte é muito mais caro. É um transporte rodoviário, há problemas nas estradas, demora nos portos. É por isso que o governo disponibilizou este ano – algo que não fazia há 20 anos – R$ 1 bilhão para apoio de comercialização da soja, especificamente – disse o ministro.
Por isso, de acordo com Guedes, a expansão do biodiesel pode contribuir para a redução do custo de transporte que é considerado elevado no país.
Sobre a exigência de que a semente de soja seja certificada para que o Banco do Brasil e as outras instituições liberem o custeio da produção, o ministro reafirmou que a liberação da semente não-certificada é um problema é de ordem técnica e pode representar um risco para o produtor.
Em primeiro lugar, é assegurar a qualidade do produto. Isso, inclusive, em última instância, está em benefício do produtor. A semente certificada é uma semente garantida, de qualidade, através da qual ele vai obter produtividade maior. Em alguns casos, até, resistência a pragas, doenças. Por outro lado, no mundo de hoje, onde as barreiras tarifárias chegaram a um limite e surgem barreiras de outras ordens, como as sanitárias e na área da biotecnologia, eu acho que é um risco muito grande lançarmos mão dessa semente porque o nosso comprador no futuro pode alegar que não sabe a origem desse produto – afirmou.
Estamos preocupados é no avanço tecnológico da agricultura brasileira. Eu acho que é um retrocesso o agricultor usar sua própria semente. Nós sabemos que o uso dessas sementes reduz a produtividade.
Ainda sobre a questão sanitária, o ministro disse que o país está aumentando os recursos para a pesquisa e controle, como por exemplo, nos investimentos que foram feitos em laboratórios de análise na área de defesa do ministério. O ministro minimizou os anúncios recentes de Newcastle no Rio Grande do Sul e em Manaus. Segundo ele, esses dois focos foram encontrados em propriedades pequenas e em áreas de pouso de aves migratórias. Para ele, isso demonstra a eficácia de controle do governo.