O que poderia parecer um impasse diplomático, se transformou no início das negociações entre os governo do Paraná e do Paraguai. Depois de encontrar soja transgênica em quatro silos arrendados pelo governo do Paraguai para a empresa ADM/AGTL, durante blitz realizada na última terça-feira, o superintendente da APPA (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), Eduardo Requião, recebeu ontem, no seu gabinete, o delegado administrador do Entreposto Franco Paraguaio, Gregório Areco.
O objetivo da visita, segundo Areco, foi a formalização de convite ao superintendente da APPA para que participe de reunião de trabalho com o presidente paraguaio Nicanor Duarte Frutos, em Assunção. “Trazemos um convite oficial para que possamos tratar das questões relativas à soja transgênica encontrada nos silos arrendados pelo governo paraguaio e a possibilidade da retomada da administração dos silos para o governo paraguaio”, antecipou ele. Areco disse ainda que “o governo do Paraguai tem vontade de regularizar todas as coisas que preocupam ambos os governos e, para isso, o presidente poderá implementar ações políticas existentes em sua agenda que serão levadas ao governador do Paraná, Roberto Requião, e ao superintendente da APPA”.
Segundo o delegado administrador do Entreposto Franco Paraguaio, a medida adotada pela APPA, em suspender o embarque de soja para fiscalizar a existência de produtos transgênicos no Porto de Paranaguá será respeitada, “até porque utilizamos a cessão de uma área para que possamos operar nossas mercadorias. Respeitamos as normativas legais que tenham vigência no Brasil, porque como concessionários temos a obrigação de cumprir todas as disposições legais do governo brasileiro”, completou Areco.
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O convite formulado pelo governo paraguaio foi bem recebido pelo superintendente da APPA, que destacou a sensibilidade do Paraguai em respeitar os dispositivos legais brasileiros, “assim como nós respeitamos os acordos internacionais”, frisou Requião. O encontro dele com o presidente do Paraguai deverá acontecer na próxima segunda-feira, quando também será discutida a possibilidade da retirada da soja que se encontra nos silos de responsabilidade do governo paraguaio, instalados no Porto de Paranaguá. “É a continuidade desta exportação e da administração dos silos que precisam ser discutidas. Não vamos dificultar a parceria entre os dois países porque o Paraguai assume uma importância muito grande nas negociações que envolvem o Mercosul”, explicou Requião.
