A alta do dólar diminuiu a quantidade de recursos que o governo tinha para subsidiar a geração de energia termelétrica nas usinas do Plano Prioritário de Termeletricidade. Por isso, o governo deverá determinar à Petrobras que cobre em reais, e não em dólares, o transporte do gás natural no gasoduto Brasil-Bolívia.
A Petrobras tem 51% das ações da empresa que controla o gasoduto. O governo havia calculado em aproximadamente US$ 200 milhões por ano a necessidade do subsídio ao preço do gás natural que iria alimentar usinas termelétricas com capacidade de gerar até 8.000 MW até o final de 2004.
Após negociações com a área econômica, ficou fixado o valor máximo de R$ 500 milhões, aproximadamente US$ 159 milhões, valor insuficiente para subsidiar a instalação de toda a quantidade de energia. Quando o governo fez os cálculos, o dólar estava a R$ 2,5 e, agora, está em R$ 3,133.
A variação cambial influencia os recursos disponíveis para o subsídio porque o gás natural nas termelétricas é comprado em dólares. Se o governo “desdolarizar” o preço do transporte do gás natural para as termelétricas, não haverá problema de o subsídio, fixado em reais, ser insuficiente para incentivar a instalação das usinas. (Folha de SP)