O Ministério da Agricultura da China enviou ontem ao governo brasileiro um comunicado aprovando a certificação de importação da soja brasileira. O anúncio foi feito pelo diretor do Departamento de Defesa de Inspeção Vegetal do Ministério da Agricultura, Odilson Luiz Ribeiro.
O certificado visa garantir que se houver transgênico no embarque brasileiro que seja de soja “roundup ready (RR)”. Segundo a Comisão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNbio), esse tipo de soja, apesar de ser transgênica, não oferece riscos à saúde, por conter menos produtos químicos. No entanto, de acordo com Ribeiro, o Brasil só poderá exportar soja para a China, com essa certificação, até 20 de setembro deste ano. A partir desta data, o governo chinês só importará soja se o Brasil tiver consolidado por definitivo um certificado livre de organismos geneticamente modificados. Para isso, a Justiça brasileira precisa decidir se libera ou não o plantio desse tipo de produto.
No ano passado, a China foi o maior comprador de soja brasileira, com um volume de cerca de quatro milhões de toneladas, ou seja, 27% do total exportado pelo Brasil. A expectativa do Ministério da Agricultura é de que, em 2003, o Brasil produza 47 milhões de toneladas, das quais 19,5 milhões serão exportadas (cinco milhões devem ir para a China).
Odilson Luiz Ribeiro também informou que o governo brasileiro vai publicar manhã instrução normativa que garante a importação do alho chinês. De acordo com ele, o alho chinês tem excelente qualidade, por ser menos suscetível à praga. No entanto, ele disse que a presença desse produto no país vai gerar forte concorrência com os produtores brasileiros. “O alho chinês tem melhor qualidade do que o alho brasileiro, e custará menos para o consumidor”, afirmou Ribeiro.
(Agência Brasil)