O governo brasileiro aprovou a elevação da mistura de álcool na gasolina dos atuais 20% para 23%, a partir do dia 20 de novembro, de acordo com comunicado do Ministério da Agricultura.
A decisão foi tomada ontem, dia 31 de outubro, durante reunião na Casa Civil. A medida atende a reivindicações do setor sucroalcooleiro, que solicitava o aumento da mistura devido ao incremento da safra 2006/07 de cana.
O objetivo do governo é aproveitar a existência de elevados estoques de álcool, formados pela boa safra de cana que o país está colhendo na região Centro-Sul do país.
A decisão foi tomada pelo Conselho Interministerial do Açúcar e Álcool (Cima) presidido pelo Ministério da Agricultura e do qual fazem parte também os ministérios da Fazenda, das Minas e Energia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Desde o início de março, a mistura estava em 20%, ocasião em que houve uma redução de 5% na adição para que o consumo se ajustasse aos estoques disponíveis para o período de entressafra.
O governo pondera, neste momento, que o estoque poderá atender a uma demanda maior de consumo.
Com a elevação da mistura, o consumo será incrementado 306,9 milhões de litros de álcool. A expectativa do governo é de que os estoques de passagem para a próxima safra, a 2007/08, esteja em 614,3 milhões de litros em 1º de maio. Em 1º de outubro, os estoques nas usinas somavam aproximadamente 5,1 bilhões de litros de álcool.
A decisão do governo de aumentar a mistura de álcool anidro à gasolina para 23% é vista com bons olhos pelo setor produtivo, uma vez que representa um mercado adicional de 60 milhões de litros mensais, na opinião da Unica União da Agroindústria Canavieira de São Paulo). No entanto, o setor volta a reafirmar sua convicção da existência de base técnica para a volta imediata à normalidade, ou seja, um nível de mistura de 25%.
Este percentual traz ganhos ambientais expressivos nas cidades, sobretudo no que diz respeito ao monóxido de carbono e à formação de gás ozônio, importantes poluentes das grandes metrópoles.
Além disso, o álcool anidro é um natural redutor de preço da gasolina, o que implica impacto positivo imediato nos preços deste combustível com conhecida influência na formação dos índices de preço ao consumidor, utilizados na medição de inflação.