A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, inicialmente, deixou muitos empresários desanimados sobre as chances de SC sediar o terceiro terminal de gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras, ao falar sobre o tema, ontem, em seminário na Fiesc.
Isto porque afirmou que a função do gás liquefeito, pelo preço mais alto, será para geração de energia. Mas, no final, disse que São Francisco do Sul tem chances de sediar a unidade porque conta com infra-estrutura de gasodutos para o transporte do insumo a outras regiões do país.
A diretora apresentou uma lista de requisitos técnicos para a decisão, que será tomada após o leilão de energia térmica, previsto para agosto. Segundo ela, vão ser considerados aspectos técnicos, ambientais e econômicos, entre outros.
O presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, diz que SC tem condições técnicas para receber o terminal e até de sediar usina térmica. Disse que a unidade da Tractebel que está funcionando com óleo no Mato Grosso, poderia ser transferida para o Norte do Estado.
Segundo o presidente da SCGás, Ivan Ranzolin, há grupos interessados em investir em térmica a gás na região de Joinville. Um desses investidores pode ser a Celesc.
Fusão projeta gestão brasileira
A compra da maior cervejaria americana, a Anheuser-Busch, pela franco-brasileira InBev, divulgada ontem, vai gerar ainda muita polêmica nos EUA, especialmente com o temor do fechamento de empregos. Até o candidato à presidência, Barack Obama, havia se posicionado contra o negócio.
Quem ganha projeção mundial com o negócio é o presidente da InBev, o brasileiro Carlos Brito, pelos resultados alcançados, e também o modelo de gestão dos empresários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Sucupira, que realizaram o sonho de ter a maior cervejaria do mundon graças a investimentos agressivos desde 1989, quando adquiriram a Brahma. A nova cervejaria terá cerca de 300 marcas, entre as quais a Budweiser e a Stella Artois (foto).
No meu blog do www.diario.com.br, publiquei a informação da compra da InBev à 1h47min da madrugada de ontem.
Contra nova alta do gás
O presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, aproveitou o evento de ontem para cobrar da diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, a suspensão dos dois novos reajustes do gás natural previstos para este ano: 15% este mês e 11% em outubro.
Corrêa foi enfático ao afirmar que as empresas não têm condições de absorver estes aumentos e que a SCGás está lucrando muito. Citou a revista Exame Maiores e Melhores, segundo a qual a SCGás foi a empresa com a maior rentabilidade do país no ano passado, 32,5%.
Conforme Corrêa, quando o gás foi oferecido, em 2000, ele representava 15% do custo das indústrias cerâmicas. Hoje, chega a 23%, e a maioria está no vermelho, enquanto a SCGás já gerou, de lucro aos acionistas, 130 milhões. Detalhe: juntos, eles investiram apenas R$ 32 milhões no negócio.
Pelos royalties
As descobertas de petróleo e gás natural nas camadas de pré-sal apontam um cenário muito promissor também para os royalties de petróleo e gás. A senadora Ideli Salvatti, autora de projeto de lei que prevê mudança nas demarcações marítimas e melhor distribuição dos royalties, aproveitou o seminário na Fiesc, ontem à tarde, para sugerir à entidade engajamento na luta pela mudança da legislação sobre a matéria.
Isto porque, hoje, dos R$ 7,5 bilhões de royalties do petróleo, 86% ficam para o Rio de Janeiro. Santa Catarina trava uma disputa de décadas com o Paraná para receber uma parte dos royalties relativos à exploração petrolífera do Litoral de SC.
Do BNDES à Casan
Após muitos esforços para equacionar suas finanças, a Casan conseguiu obter financiamento do BNDES no valor de R$ 150,8 milhões, dentro dos recursos do PAC. A companhia comunicou a CVM, ontem, sobre a decisão.
O presidente da estatal, Walmor de Luca, diz que da cifra total, R$ 74 milhões serão para Florianópolis, R$ 50 milhões para Criciúma, R$ 22 milhões em São José e R$ 4,5 milhões em Laguna, totalizando 14 projetos.
Além disso, o Japão prometeu liberar para o Brasil recursos do Jbic, e a Casan espera US$ 216 milhões numa primeira etapa.