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GM defende expansão do uso de etanol

As dúvidas sobre a possibilidade de o etanol combustível ocupar o lugar dos alimentos já deveriam ter saído da discussão, segundo o presidente mundial de operações da General Motors, Frederick Henderson. Para o executivo, o etanol é também nos Estados Unidos a única maneira de se conseguir trocar toda a frota a curto prazo – o que, segundo ele, é o que mais interessa hoje.

Para Henderson, a discussão é hoje muito mais difícil nos Estados Unidos, por conta do milho. Mesmo assim, ele acredita no aumento da demanda por esse tipo de combustível no mercado americano. Ele lembra que a indústria automobilística já trabalha com outra fontes de produção do etanol, como o uso de restos de alimentos, borracha e madeira. Recentemente, a GM firmou acordo com a Costata, empresa que explora a produção de etanol de matérias-primas não ligadas aos alimentos.

Todos os fabricantes de veículos se debruçam atualmente sobre diversos projetos alternativos de mobilidade. “É claro que estamos desenvolvendo carros elétricos, híbridos e com célula de hidrogênio. Mas, para trocar a frota a curto prazo, o etanol é a única salvação”, afirma.

Henderson lembra que as matrizes energéticas dependem de cada mercado. É o caso dos europeus, que preferem o diesel. “Nós não temos uma única solução, não temos uma só política energética em todo o mundo. Como empresa global, é nossa obrigação atender a cada mercado”, destaca. “No entanto, temos de levar em conta compromissos já assumidos, como a redução de emissões à metade até 2012 nos Estados Unidos”, completa. “Se errarmos nisso, a conseqüência será um desastre”.

O executivo conta que a General Motors já está aplicando nos Estados Unidos a experiência de desenvolvimento de motores a álcool que aprendeu no Brasil. Ele explica, ainda, que as montadoras aproveitam a mudança de cultura do consumidor americano diante da alta do petróleo para colocar nos automóveis ali produzidos motores menores e mais eficientes.