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Gestora prepara IPO; endereço da sede, em Bermudas, é igual ao da GP

A gestora de recursos Tarpon prepara sua abertura de capital e quer fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Pelos dados contidos no prospecto enviado para a análise da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os moldes da operação guardam muitas semelhanças com a oferta que foi desenhada no ano passado para o IPO da GP Investments.

A Tarpon Investments também terá sede em Bermudas, listagem no mercado Euro MTF em Luxemburgo e tem os mesmos assessores, como o Credit Suisse, que coordena a oferta. As semelhanças são tantas que até o endereço nas Bermudas é o mesmo.

A Tarpon, porém, que existe há cerca de cinco anos, tem porte bem menor que a GP, criada há quase uma década e meia.

A Tarpon começou suas atividades como gestora de fundos de ações listadas em bolsa e começou depois a investir no segmento de fundos de participações (Private Equity).

A oferta prevê uma captação primária, ou seja, para aplicação nos negócios da empresa. Como a Tarpon Investments foi estruturada com sede nas Bermudas, será uma companhia estrangeira e por isso oferecerá Brazilian Depositary Receipts (BDRs) aos investidores locais.

Hoje a Tarpon possui, segundo o prospecto, R$ 1,4 bilhão sob sua administração em diversos fundos. A gestora também participou da formatação da BrasilAgro, que estreou na Bovespa no ano passado, e da qual é sócia por meio do Tarpon All Equities Fund. Este fundo também tem participação na Brenco, empresa que pretende atuar na produção de etanol, num investimento feito em março de 2007.

Segundo o prospecto enviado à CVM, os controladores da Tarpon são José Carlos Magalhães (que também é o principal executivo da gestora), Pedro de Andrade Faria, Álvaro Schocair, Eduardo Mufarej, Fernando Shayer e Ricardo Semler.

O documento informa ainda que os recursos captados com a oferta de BDRs serão usados em grande parte (70%) para aquisição societária no Tarpon All Equities Fund.

Outros 20% serão destinados a outras oportunidades de investimento em “private equity” que surgirem e 5% vão servir para financiar despesas operacionais.

O prospecto alerta para os fatores de risco, entre os quais está listada a diferença de legislação entre Brasil e Bermudas, que podem oferecer menor proteção aos acionistas.