Mercado

Geração por biomassa ganha impulso

A divulgação dos valores propostos para o pagamento da energia proveniente de fontes alternativas, beneficiada pelo Proinfa, animou os produtores do Nordeste que utilizam como insumo a biomassa, em especial as usinas sucro-alcooleiras. A lista de interessadas em investir em projetos de geração a partir de biomassa inclui a Koblitz, a Usina São José e o grupo pernambucano Tavares de Melo, com indústrias de açúcar e álcool em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Para o presidente da Koblitz, Luiz Otávio Koblitz, a divulgação da proposta de valores para a compra da energia dentro do que prevê o Proinfa (biomassa, eólica e PCHs), foi uma garantia de que o programa vai sair do papel. A empresa, com participação em projetos que somam 145 MW instalados, tem previsão de negociar 100 MW no Proinfa. “O programa será o grande motor do segmento de fontes alternativas no País”, avalia o executivo.

Os 16 projetos de geração nas quais a Koblitz tem sociedade estão localizados no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Pernambuco, Bahia e Amazonas. São três PCHs, duas térmicas de gás natural e 11 usinas de biomassa (madeira e casca de arroz), que totalizam investimentos de R$ 406 milhões. Entre os parceiros destes empreendimentos estão a portuguesa Caixa Geral de Depósitos (CGDE) e os empresários pernambucanos Ricardo e Jaime Brennand, com negócios nos ramos de vidros e cerâmica.

Não é só a venda direta de energia para o Proinfa que anima a Koblitz. É que muitas empresas nordestinas com geração própria – principalmente no setor sucro-alcooleiro, que tem tradição na produção de energia a partir do bagaço de cana – já estão contratando a Koblitz para ampliar seus parques geradores, de olho no Proinfa. É o caso da Usina São José, com unidade industrial no município de Igarassu (PE). Estão sendo investidos R$ 3 milhões na expansão do parque de biomassa, que vai passar, até agosto, de 7,5 MW para 12 MW.

O incremento da capacidade de geração tem como objetivo não apenas suprir o aumento de consumo próprio, que vai ser elevado de 7,5 MW para 10 MW. A idéia é negociar no Proinfa os 2 MW de excedentes. Segundo o diretor-geral da usina, Frederico Vilaça, também há planos de investir mais R$ 8 milhões na compra de uma nova caldeira para o parque, o que elevará a capacidade para 21 MW e o volume excedente para 11 MW. Ele estima que, a partir do Proinfa, 10% a 15% da receita da empresa poderá vir da venda de energia.

Já o grupo pernambucano Tavares de Melo, embora tenha confirmado que pretende participar do Proinfa, adota uma postura cautelosa, sob o argumento de que vai esperar a definição, por parte do governo federal, de todas as condições do programa.

Banner Evento Mobile