Os postos de São Paulo elevaram em 10%, na média, o preço da gasolina. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de São Paulo (Sincopetro), que representa 7 mil postos no Estado, justificou ontem o aumento com a alegação de que o reajuste da Petrobrás para a gasolina A ( pura e sem impostos) foi de 16,17%. O preço foi elevado de R$ 0,8639 para R$ 1,0036 o litro.
O Sindicom, sindicato que reúne as grandes distribuidoras de combustíveis, informou que o reajuste da gasolina A alcançou, de fato, esse porcentual, mas, ao embutir os impostos PIS/Cofins e a Cide, o repasse para as distribuidoras foi efetivamente de 10%, conforme anúncio da estatal divulgado na sexta-feira. O que ocorreu foi um aumento das margens da Petrobrás, mas os valores de impostos, que são fixos, não sofreu alteração. Assim, o repasse para as distribuidoras ficou em 10%, disse um executivo do Sindicom, que não quis se identificar. O Sindicom preferiu não informar quais foram os repasses para os varejistas, mas alega que foi menor que o que recebeu da Petrobrás.
José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro, disse que apresenta ainda nesta semana os valores repassados pelas distribuidoras para os postos. O objetivo é mostrar que houve repasses lineares e até maiores. Não só teve distribuidora que repassou 10%, como teve distribuidora que repassou mais, até 12%, afirmou Gouveia.
O sindicato dos revendedores alega que, embora não tenha havido elevação nos impostos fixos (Cide, PIS e Cofins), houve aumentos dos tributos e contribuições apurados a partir de alíquotas, como o ICMS e a CPMF, além de reajuste recente do álcool anidro, misturado na proporção de 25% à gasolina.
Segundo ele, o preço final em São Paulo deve ficar entre R$ 2,30 e R$ 2,40 o litro da gasolina, já embutidas as margens da distribuição de R$ 0,10 por litro e do varejo, de R$ 0,30 por litro.
Diante do mercado livre, sem qualquer regulação capaz de disciplinar os critérios de repasse de aumentos, o consumidor não tem outra opção além da pesquisa de preços. É o caso de Carlos Ludwig, gerente de negócios, que ontem pagou preço novo para abastecer. Faço viagens diariamente. O aumento de preço do combustível afeta diretamente a minha atividade. Há duas alternativas: reduzo o número de viagens ou repasso para o preço do produto. O problema é que isso é cada vez mais difícil, dada a concorrência, diz Ludwig.