Até 2050, os combustíveis que abastecem os transportes nos EUA terão mistura de 30% de biocombustíveis, estabelece o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O anúncio foi feito na semana passada pela instituição, que representa o Ministério da Agricultura, e favorece principalmente o etanol de milho fabricado no país.
É que hoje esse etanol pode ser adicionado na proporção de 15% ao litro da gasolina, na mistura denominada E15.
No entanto, a aplicação desses 15% depende da distribuidoras e de medidas dos governos de cada um dos estados americanos.
Com isso, na média o etanol de milho americano representa hoje 10% do combustível queimado por carros e caminhões leves.
É um volume considerado baixo para um país cuja capacidade de produção supera 55 bilhões de litros de etanol por ano, quase 20 bilhões acima do que o Brasil faz hoje por ano.
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Mistura: meta agora é bem direta
Mas a nova meta do USDA é bem direta.
Até 2030, destaca, 15% do diesel e da gasolina circulante terá taxa de mistura de biocombustíveis.
Já em 2050 a mistura com biodiesel e etanol chegaria a 30%.
O governo americano decidiu estabelecer com metas a adição de biocombustíveis para aumentar a produção agrícola.
Pelas projeções do USDA, com as medidas recém-anunciadas a produção de milho e demais matérias-primas para produzir biocombustíveis aumentará em 40%.
É uma excelente notícia para os empresários do setor, que estavam insatisfeitos com o governo de Donald Trump.
Sem garantias de aumento de oferta, muitos desses empresários entraram em dificuldades financeiras.
2020, no entanto, é ano eleitoral e Trump tenta a reeleição.
Diante isso, os produtores americanos de etanol não iriam aceitar promessas eleitorais favoráveis a eles.
Mas as metas anunciadas semana passada pela USDA representam um compromisso público do governo.
E, assim, são mais difíceis de serem descartadas passado o clima de eleições.