Especialistas em clima e do mercado financeiro reunidos no Global Agribusiness Festival (GAFFFF), nesta quinta-feira (5), na capital paulista, alertaram que o risco climático é cada vez mais considerado para liberação de crédito e operações de financiamento agrícola.
De acordo com a ex-executiva de finanças, conselheira independente de empresas, como Porto Seguro e Banco ABC, e integrante do Pacto Global da ONU no Brasil, Denise Hills, o mercado já entendeu que as mudanças climáticas interferem na dinâmica dos negócios, o que faz com que o financiador coloque este ponto como critério na tomada de decisão para liberar ou não crédito.
“O clima passou a fazer parte da equação de bancos e seguradoras, por exemplo.”
Segundo Denise, os bancos são obrigados a registrar em órgãos reguladores a informação de quanto de seu capital está sujeito a perdas relacionadas ao clima.
“No ambiente do agro, por exemplo, as carteiras de investimento se adaptam para financiar a promoção de uma produção mais sustentável, de favorecer o tomador de crédito que já atua assim e atrair quem ainda não faz.” De acordo com Denise, o preço do carbono começa a ser considerado como são as cotações das commodities ou o valor do dólar.
GAFFFF: risco climático e o mercado financeiro
Adriano Scarpa, gerente de mudança do clima da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), observou que a agenda das mudanças climáticas começou com a abordagem da mitigação dos efeitos, passou para a adaptação dos sistemas produtivos e agora chega ao debate de perdas e danos caso nada seja feito.