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G-20 não flexibilizará posição antes das negociações na OMC

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse pouco antes do jantar oferecido na última sexta-feira aos participantes da reunião ministerial do G-20 – grupo dos 19 países em desenvolvimento que briga por uma maior abertura nas negociações da Alca -, que o grupo não vai flexibilizar a sua posição antes das negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) para a conclusão da rodada de Doha.

Amorim destacou que não se trata de uma postura intransigente, mas de saber jogar o momento certo de ceder. Mas deixou claro que os países desenvolvidos também têm que ceder. “Quem tem que flexibilizar mais é quem sempre manteve subsídios agrícolas, quem sempre manteve políticas que torna difícil aos países em desenvolvimento tenham condições de ter acesso aos mercados”.

Amorim disse que a presença de representantes de países tão distantes, como Egito, Índia e China é uma demonstração de que o G-20 já se consolidou como um forte interlocutor nas mesas da OMC. “O G-20 é plenamente reconhecido como um ator indispensável nas negociações comerciais em agricultura”, ressaltou, acrescentando que o grupo dos países em desenvolvimento revolucionou a maneira de trabalhar do organismo. “A OMC não trabalha mais da mesma forma. Provocamos uma dinâmica em que a voz dos países menores, em desenvolvimento, pode ser ouvida”, afirmou.

O chanceler enfatizou também que “pela primeira vez uma coalizão quer juntar duas coisas separadas: liberalização comercial e justiça social”. O G-20 se reuniu na semana passada, no Palácio do Itamaraty, para coordenar uma posição conjunta a ser apresentada na próxima reunião da OMC, hoje, em Genebra (Suiça). (Fonte: Agência Brasil)