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Furlan vai atuar como articulador

A convite do governador do estado, o ministro apoiará a viabilização do empreendimento do grupo chinês Baosteel. A convite do governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, é o mais novo articulador da instalação da usina siderúrgica do grupo chinês Baosteel no estado. O convite foi feito durante a abertura do 90º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Encomex), realizado ontem em São Luís.

Ao aceitar a missão dada por José Reinaldo, Furlan diz que existem pontos que precisam ser superados e prometeu atuar como articulador entre os investidores, o governo do estado, prefeitura, órgãos do governo federal que influenciam o Meio Ambiente, o Ministério da Fazenda e o presidente da República.

Entre os pontos que precisam ser superados para que a Baosteel instale a usina siderúrgica no Maranhão estão os impostos federais cobrados, que resultam em custos de mais de US$ 400 milhões ao projeto – uma queixa dos investidores.

Furlan informou que conversou na última quarta-feira com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e informou ao presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva que viria ao Maranhão. “Acho que nós vamos ter algum encaminhamento sobre o assunto. Talvez não seja o ideal, mas uma compreensão de que, para poder se fazer um investimento, não faz sentido o Brasil penalizar o investimento”, disse o ministro, enfatizando em seguida que, quando fala sobre o Brasil, refere-se não só governo federal, mas ao estadual e ao municipal também. A questão dos impostos relacionados ao projeto da Baosteel também foi encaminhada ao ministro da Fazenda pelo presidente da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Roger Agnelli.

Mais confiança

Para o governador José Reinaldo Tavares, o apoio do ministro Furlan para viabilizar a implantação do projeto siderúrgico no Maranhão o deixa muito confiante. “Vamos ter um coordenador extremamente competente e isso é uma garantia para termos o nosso pólo siderúrgico”, afirmou.

O ministro e o governador do Maranhão, ainda ontem, sobrevoaram de helicóptero a área destinada a abrigar o pólo siderúrgico em São Luís e visitaram o porto do Itaqui. A concretização do pólo siderúrgico consiste na implantação de três usinas siderúrgicos no Distrito Industrial da cidade, próximo ao porto.

O projeto da siderúrgica da Baosteel está avaliado em US$ 1,5 bilhão só na primeira etapa e prevê a produção de 3,7 milhões de toneladas de placas de aço. Se todos os entraves resolvidos ainda este ano, o projeto pode ser instalado a partir de janeiro do próximo ano.

Para Furlan é ilógico alguém (investidor) que vem para o Brasil gerar empregos, trazer riquezas e agregar valor à produção, ter que pagar financiamento durante anos para arcar com custos de impostos de algo que só vai produzir dois anos depois.

Como titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o ministro afirmou ser um dos que trabalha para que isso seja eliminado nas esferas federal, estadual e municipal. “Não há outra maneira. Você cobra a entrada para quem vai investir”, disse. O pagamento do tributo, conforme defendeu o ministro, deve ser pago depois de produzir e não na hora de investir, armazenando milhões de créditos tributários que só vão ser aproveitados, mais adiante.

Desonerar a produção é uma das teses defendidas pelo ministro, que lembrou que o titular da pasta da Fazenda já desonerou os bens de capital em duas ocasiões. No momento, são cobrados 2% de Imposto Sobre Produto Importado (IPI) sobre máquinas e equipamentos. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior espera que até janeiro do próximo ano, a taxa seja reduzida a zero.

Outro projeto que o ministro promete acompanhar de perto é a criação de um pólo de produção de álcool no Maranhão, que deve ser lançado em um mês pelo governo do estado. O projeto prevê a instalação de 22 usinas produtoras de álcool no Estado. “Eu desconhecia esta potencialidade que o Maranhão tinha”, confessou Furlan, destacando os esforços do Brasil para vender álcool para a China, Japão e Tailândia. O ministro disse que dentro de duas semanas vai à Califórnia, nos Estados Unidos, conversar com o governador e empresários daquele país para vender álcool.