Mercado

Fumo é ainda a melhor alternativa econômica

O fumo continua sendo a cultura mais rentável para o pequeno agricultor do Sul do País – principal pólo produtor -, apesar das exigências mundiais de redução na área de tabaco. O cultivo do fumo vai proporcionar, neste ano, uma renda média superior a R$ 10 mil por hectare. As alternativas econômicas com rendimento semelhante na região são a citricultura e a horticultura. No entanto, estas atividades não têm mercado no Sul.

Com a adesão do Brasil ao acordo internacional para a redução do tabaco – conhecido com Convenção-Quadro – a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e outros órgãos públicos estão desenvolvendo pesquisa de viabilidade econômica para a diversificação ou complementação da renda do fumicultor. Até agora, as culturas mais viáveis são o morango -com rentabilidade duas vezes maior – laranja, limão e tangerina, com renda semelhante. O girassol e a cana-de-açúcar para a produção de etanol também são apontados como alternativas. “As culturas voltadas para o biocombustível são as mais promissoras, pois o setor tem mercado e está em plena expansão”, diz o vice-presidente da Afubra, Heitor Petry.

Nos últimos três anos, antes da adesão ao acordo, os fumicultores têm reduzido a área de tabaco e buscado culturas alternativas em virtude da resistência da indústria em aumentar o preço. A área foi ocupada por grãos, leite e cana-de-açúcar. A cana é a mais viável em razão do etanol, mas o hectare na região rende apenas R$ 1,2 mil.

Renda maior

Na safra atual – de 745 mil toneladas – a remuneração do fumicultor será 25,3% maior que os R$ 7,9 mil apurados na anterior. Isso decorre, segundo o presidente da Afubra, Marcílio Drescher, do aumento da produtividade, beneficiada pelas condições climáticas favoráveis às lavouras. A produtividade cresceu 26,99%, de 1.882 quilos por hectare para 2.390 por hectare. Resultado acima da média histórica, de 2.080 quilos por hectare, conforme o presidente do Sindicato da Indústria do Fumo do Sul (Sindifumo), Iro Schünke.