Mercado

Frota renovada ajuda a combater poluição

Não há dúvidas de que o Proconve contribuiu de forma decisiva até o momento para a redução de emissões de origem veicular, tanto nos leves de passageiros, quanto nos comercias leves e de serviço pesado, determinando padrões de emissões que estimularam a indústria automobilística e de petróleo a adequar novas tecnologias para atender a limites mais restritivos.

Porém, para atendimento a próxima fase a ser implementada em 2009, Proconve P6, baseada na norma européia Euro IV, será necessário a utilização de um óleo diesel com baixíssimos teores de enxofre. Segundo referências internacionais, para a tecnologia automotiva vinculada a esta fase, será requerida a utilização de óleo diesel com teor de enxofre inferior a 50 ppm ou uréia, que necessitará de uma nova infra-estrutura de distribuição em todo o País.

Neste sentido, a qualidade do combustível a ser oferecido ao consumidor – não só pelo respeito às especificações determinadas pela legislação, como também através da elaboração de novas legislações que assegurem o combustível conforme suas futuras necessidades – será primordial para assegurar os baixos níveis de emissões.

No entanto, a disponibilização de óleo diesel com baixos teores de enxofre em todo território nacional implicará, por exemplo, em custos muito elevados em função da necessidade de se instalar novas usinas de dessulfurização de óleo diesel ou ampliar as já existentes nas refinarias nacionais.

O potencial de redução de emissões veiculares obtidos pela implementação de um programa de renovação da frota circulante de veículos pesados no Brasil pode chegar em até valores superiores aos conquistados pela simples utilização de novas tecnologias. No caso dos caminhões, até o ano de 2003, 66% da frota nacional não atendia a nenhum limite de emissão veicular se observada sua data de fabricação.

Cabe-se ressaltar ainda que um programa de renovação da frota apresenta outros benefícios que não se restringem apenas à redução das emissões de poluentes, tais como a redução no consumo de combustível e dos custos associados à saúde pública, além do aumento na segurança das estradas, que pode se traduzir na redução dos índices de acidentes de trânsito.

Por não ser fácil a identificação destes veículos, já que, na maioria das vezes as emissões não afetam sua dirigibilidade, torna-se também necessário a implementação de um programa que vise identificá-los levando o usuário a providenciar o devido reparo com o propósito de aprová-lo na inspeção.

Também é importante que seja avaliada a vocação natural para utilização da biomassa como fonte de energia primária no Brasil. Neste sentido, é importante que as próximas etapas do Proconve levem em consideração a larga utilização de misturas de biodiesel em seu escopo.

O gás natural é uma outra possibilidade para ser usado em grande escala para redução das emissões de veículos pesados no futuro, muito em função do seu programa de massificação no transporte coletivo urbano, conduzido pela Petrobras.

É importante ampla análise das alternativas existentes para redução das emissões de veículos pesados no Brasil, buscando-se obter o máximo de vantagens sócio-ambientais aliadas ao menor impacto econômico para o país.