Carros que podem rodar com etanol ou combustíveis convencionais estarão disponíveis em larga escala a partir de setembro de 2007 para reduzir a dependência da França de derivados do petróleo, disse nesta terça-feira o ministro das Finanças francês, Thierry Breton.
Ele também afirmou que pelo menos 500 bombas de etanol E85 serão instaladas nas principais cidades francesas e nos principais postos de serviços em rodovias até o ano que vem.
A França tem um sistema com 13 mil bombas de combustíveis. O E85 tem uma mistura de 85% de etanol, derivado de beterraba ou cereais.
– Pela primeira vez, os consumidores franceses vão ter largo acesso aos postos de combustíveis – disse Breton em uma coletiva de imprensa para lançar um relatório sobre carros bicombustíveis.
– Temos de nos preparar para a nova situação de energia que está pressionando a nossa economia – acrescentou.
O relatório sobre biocombustíveis, coordenado pelo ex-corredor de Fórmula 1 Alain Prost, recomendou que o E85 deveria ser beneficiado com impostos reduzidos para incentivar os consumidores a usá-lo.
– O E85 deveria ser mais barato que a gasolina e próximo do preço do diesel – disse Breton.
Nesta terça-feira, uma pesquisa mostrou que 89% dos entrevistados estão prontos a comprar carros que rodam com biocombustíveis.
O levantamento também indicou que 68% das 1.007 pessoas entrevistadas entre 4 e 7 de setembro estariam preparadas para gastar mais com combustíveis para ter um carro “limpo”.
A produção de biocombustíveis da França é, principalmente, de biodiesel. A maior parte desse combustível é produzido a partir de colza e depois misturado ao diesel convencional. Cerca de 75% dos carros franceses rodam com diesel, e esse índice deve crescer nos próximos anos.
O ministro da Agricultura Dominique Bussereau disse que a França tem capacidade de atender a demanda para a produção de etanol sem necessitar de importações ou ameaçar o suprimento destinado ao consumo humano.
Ele acrescentou que 400 mil hectares de cereais ou beterraba, dos 10 milhões de hectares semeados, poderiam ser suficientes para que a França alcance a meta de 7% de participação de biocombustíveis no mercado em 2010.
– Temos de estar atentos nas próximas negociações (da Organização Mundial do Comércio): nós não devemos substituir a dependência de importação de uma energia fóssil pela dependência de um biocombustível importado – acrescentou Bussereau.
Ele disse ainda que os biocombustíveis representam 1,75% dos combustíveis usados hoje na França. Em 2007, esse índice deve crescer para 3,5%. Os franceses pretendem aumentar esse percentual para 5,75% até 2008.
Breton afirmou que cinco fabricantes estariam se posicionando para fornecer carros biocombustíveis em 2007: a americana Ford, a sueca Saab e a Volvo, além das francesas PSA Peugeot Citroen e Renault .