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Fórum Econômico Mundial recomenda investimento em etanol

Pelo menos US$ 515 bilhões devem ser investidos anualmente em infra-estrutura para geração de energia limpa até 2030. Caso contrário, as emissões de carbono atingirão níveis insustentáveis e a temperatura global subirá dois graus. O alerta consta em relatório divulgado hoje (29) pelo Fórum Econômico Mundial, que reúne 2.500 lideranças empresariais e políticas de diversos países na cidade suíça de Davos.

O etanol de cana-de-açúcar – produzido pelo Brasil – aparece entre os oito itens identificados pelo documento como potenciais para investimentos. Outros segmentos que podem contribuir para a mudança da matriz energética do planeta são as energias solar, eólica e geotermal, o lixo sólido reciclado e os biocombustíveis de celulose e de biomassa.

O relatório, chamado Investimento Verde: Rumo a uma Infra-Estrutura de Energia Limpa, também traça um mapa dos investimentos no setor nos últimos anos. O diagnóstico é positivo. O total aplicado em fontes alternativas de energia passou de US$ 30 bilhões em 2004 para mais de US$ 140 bilhões em 2008.

Outra constatação interessante é que os países em desenvolvimento passaram a atrair mais investimentos. Em 2004, haviam sido aplicados US$ 1,8 bilhão em programas de energia limpa nesses países, o equivalente a 13% do total investido no planeta. Em 2007, essa fatia subiu para 23%, com US$ 26 bilhões.

“O desafio de curto prazo para os formuladores de políticas públicas é manter, nesses tempos difíceis, o extraordinário momento da indústria de energia limpa. Para isso, devem usar todas as ferramentas à sua disposição”, ressalta o relatório.

O documento defende ainda a inclusão de metas de longo prazo, como um sistema de energia sustentável, nos pacotes de enfrentamento à crise financeira internacional. “O desenvolvimento de tecnologia de energias renováveis, o adequado isolamento térmico de lares e escritórios e a educação de uma nova geração de engenheiros, técnicos e cientistas devem fazer parte de qualquer programa de estímulo fiscal”, recomenda o relatório.