Mercado

Fornecedores são menos confiantes

O Índice de Confiança dos Fornecedores do Setor sucroalcooleiro (ICFFS) ficou em 0,52 em agosto, ante 0,62 de junho, na quarta baixa consecutiva desde que o indicador começou a ser apurado, em fevereiro.

O levantamento bimestral do Núcleo de Pesquisas em Agronegócios da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (AgroFEA-USP/RP) apontava, em fevereiro, índice de 0,69 e, em abril, de 0,64.

O indicador, apurado em pesquisa com 106 empresários ou gestores das indústrias de base da cadeia de açúcar e álcool, ainda é positivo, já que acima de 0,50 revela confiança do setor. Mas o resultado entre as indústrias fornecedoras foi inferior à do empresariado em geral, medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), cujo índice foi de 0,56.

Segundo o professor da FEAUSP Maurício Jorge Pinto de Souza, um dos coordenadores do estudo, além da incerteza econômica e da crise de oferta do setor sucroalcooleiro, com o impacto da quebra na safra na produção de açúcar e etanol, o fato de a indústria de base estar no piso da produção também influencia na redução do índice.

“Enquanto as usinas estão no pico da safra, como agora, a demanda por equipamentos é menor, ao contrário de quando começamos a apurar o índice (em fevereiro), na entressafra da cana e no pico de produção da indústria de base”, disse.

O ICFFS é obtido a partir de oito indicadores, sendo quatro de expectativas e quatro sobre as condições atuais, em relação à economia brasileira, junto ao sistema agroindustrial sucroenergético, ao setor de fornecedores e à empresa do gestor. Com estes resultados, é apontado o índice de expectativas e o índice de condições atuais, os quais são ponderados com pesos 2 e 1, respectivamente, resultando no indicador final de confiança.

O índice de condições atuais já apresenta cenário pessimista por parte do empresário, pois ficou em 0,47 em agosto, ante 0,55 em junho, 0,59 em abril e 0,64 em fevereiro, no primeiro levantamento. “Conversamos com agentes do setor e verificamos que a preocupação com a crise econômica aumentou e teve papel importante na redução desse índice”, afirmou Souza.

Já o indicador de expectativa baixou de 0,66 para 0,55 entre junho e agosto e também apresentou redução contínua nos levantamentos, pois começou 0,72, em fevereiro, e caiu para 0,67, em abril.

A AgroFEA/USP firmou ontem com o Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISEBr) e a Prefeitura de Sertãozinho (SP), convênio para criar o Centro de Pesquisa das Indústrias do Setor Sucroenergético.