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Fornecedores pedem medidas urgentes para salvar cana da seca na PB

Na última quinta-feira (18), a diretoria da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) conheceu a futura maior obra hídrica da Paraíba: o Canal das Vertentes Litorâneas – Araçagi – Acauã. A apresentação, feita pelo diretor executivo da Arco Projetos (empresa responsável pelo projeto), o engenheiro George Cunha, aconteceu na sede da Asplan.Também chamada de “Complementar”, a obra é uma exigência do governo federal para que os municípios possam receber a água que vem do rio São Francisco. Os produtores de cana da Paraíba, o Secretário Executivo de Agricultura da Paraíba, Rômulo Montenegro, e o deputado estadual, Francisco Quintans, também presentes na ocasião, o anúncio da obra não diminui a angústia dos produtores em relação aos problemas de irrigação em suas propriedades. “Esta é uma obra enorme e de longo prazo. O que precisamos é de pequenas intervenções para irrigar as terras agora”, disse o presidente da Asplan, Murilo Paraíso.

Segundo engenheiro, George Cunha, quando o Canal das Vertentes Litorâneas estiver pronto, daqui a cerca dez anos, a água sairá da barragem de Acauã, percorrerá 112 km em canais e abastecerá 38 municípios paraibanos com água para consumo doméstico e para irrigação. “A vazão no canal será de 10m³ por segundo até o Rio Gurinhém e 2,5m³ perto de Camaratuba, já quase no estado do Rio Grande do Norte. Isso é muita água e é um volume que servirá tanto para o consumo doméstico como para irrigar cerca de 15.500 hectares ao longo do Canal”, explicou George Cunha.

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Atuação governamental

Os produtores de cana-de-açúcar, porém, esperam que o governo também atue de forma mais localizada para salvar as plantações e o gado em um curto espaço de tempo. “O que preocupa o produtor é a seca que já se instalou. Essa é uma obra de grande importância, com certeza, mas vai fornecer segurança hídrica somente daqui há dez anos. Nesse momento seria mais conveniente construir pequenas barragens ao longo do Rio Paraíba, por exemplo, para garantir a produção e o abastecimento de água”, afirmou o diretor tesoureiro da Asplan, Oscar Gouvêa, defendendo que o produtor precisa de obras estruturantes de curto prazo. “São obras mais simples e que dariam alguma segurança até outras obras maiores ficarem prontas”, disse o diretor.

Futuro

A Asplan entrará em contato com a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos para marcar uma audiência com o secretário João Azevêdo Lins. O intuito é conhecer outros detalhes do projeto e averiguar a possibilidade de o Governo do Estado, com a anuência do Ministério da Integração, realizar as pequenas obras propostas durante a apresentação do projeto na entidade. “É salutar esta discussão, mas é preciso que saibamos mais sobre a política de uso dessas águas e a demanda de irrigação dos produtores que possuem plantações ao longo do canal para, depois, propormos melhorias que venham a beneficiar todos”, concluiu o presidente da Asplan, Murilo Paraíso.