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Fornecedores de cana assinam protocolo agroambiental

Os representantes de 13 mil fornecedores do setor sucroalcooleiro aderiram ao Protocolo Agroambiental, um dos 21 itens do pacote de projetos ambientais lançado em abril do ano passado pelo Governo do Estado de São Paulo. O acordo antecipa os prazos para o fim das queimadas nos canaviais do Estado e estipula ações de sustentabilidade ambiental. O documento foi assinado, nesta segunda-feira, dia 10, pelo governador José Serra e o presidente da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Ismael Perina Júnior, em São Paulo.

Pela lei atual, o prazo previsto para a eliminação das queimadas é 2021. O prazo para áreas sem declive foi antecipado para 2014 e as com declive, de 2030 para 2017. Segundo sugeriu o secretário do Meio Ambiente, Francisco Graziano Neto, o Estado pode reduzir em mais dois anos esse prazo. Ou seja, já em 2012 o Estado de São Paulo pode contar com o fim da queima da palha de cana.

A área com cana no Estado está estimada em 7 milhões de hectares em 2014. Em 2006, estava em 3,4 milhões de hectares.

Até agora, 141 das 170 indústrias do setor aderiram ao acordo. “Conseguimos reduzir a área queimada no Estado em 109 mil hectares no primeiro ano do funcionamento deste acordo de conduta ambiental. Ao mesmo tempo, a área colhida aumentou em 548 mil hectares”, disse Graziano. Segundo ele, hoje o Estado colhe 47% da cana-de-açúcar de forma mecanizada, sem queimadas.

Os fornecedores representam 25% da produção total de cana no Estado de São Paulo. Com esta adesão, toda a linha de produção de açúcar e álcool do Estado passa a ser coberta pelo Protocolo Agroambiental. São Paulo tem a maior área plantada de cana de açúcar do Brasil.

Cada hectare de cana queimado emite 300 quilos de material particulado, o que causa problemas respiratórios e sobrecarrega o sistema de saúde pública. No ano de 2006, os 2,5 Mha de cana queimados emitiram 750 mil toneladas de particulados.

Essa é a segunda parceria do Estado com o setor produtivo autorizada pelo governador José Serra em menos de uma semana. Na sexta-feira, 1º, Serra inaugurou em Fernandópolis, no noroeste do Estado, um laboratório de química criado para atender o setor sucroalcooleiro na ETE (Escola Técnica Estadual) da cidade. O espaço será destinado ao estudo da química sucroalcooleira que passa a ser usado para pesquisas do curso tecnológico.