Mercado

FMI pede fim de subsídios agrícolas

A vice-diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anne Krueger, defendeu, durante um seminário em Washington, que os países industrializados reduzam seus subsídios agrícolas, e mencionou especificamente subsídios ao açúcar nos Estados Unidos. Aos poucos, as reclamações de países em desenvolvimento começam a ser ouvidas nos EUA.

Ontem, o jornal “The New York Times” revelou que além de subsidiar o preço do algodão, o governo americano também subsidia a compra de algodão americano por companhias como a Cargill Cotton, Dunavant Enterprises, Parkdale Mills e National Textiles. Só no subsídio às compras americanas os EUA gastam US$ 1,7 bilhão anuais.

Krueger mencionou ontem o alto custo para os contribuintes americanos do programa de subsídios ao açúcar. “Estima-se que cada um dos 2.300 empregos preservados na indústria de açúcar americana por meio de barreiras a importações na década de 90 custou US$ 800 mil ao ano. Seria mais barato requalificar esses trabalhadores!”, afirmou a vice-diretora do FMI, que também condenou o custo dos subsídios ao algodão. Krueger também rebate o argumento dos protecionistas nos EUA, que argumentam que abrir importações extinguiria empregos. “Um emprego salvo num setor por esses meios poderia resultar facilmente na perda de muitos empregos na cadeia produtiva- inclusive fora do país, em fábricas ou produtores de alimentos a quem são negadas oportunidades de exportação”.