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Flexível da Renault não supera Fiat

Parecidos em tamanho, espaço interno e porta-malas, Fiat Siena e Renault Clio Sedan também têm em comum motores flexíveis – o Renault chega bicombustível agora às lojas. E seus preços são próximos. Na versão HLX 1.8, o Fiat começa em R$ 33.750. Neste acabamento Expression, intermediário, o Clio Sedan 1.6 custa R$ 35.360 e inova por trazer o primeiro motor flexível do País com 16 válvulas. A vitória, porém, foi do Fiat, um carro mais maduro. Seu câmbio é preciso e o intervalo entre as marchas está bem acertado para o motor. O interior é melhor e tem mais espaço. O Renault Clio anda muito bem.

Com 115 cv quando abastecido com álcool, o Clio Hi- Flex tem fome de asfalto.

É ágil nas saídas de farol, retomadas de velocidade e tem força em baixas rotações, ao contrário da maioria dos 1.6 de 16 válvulas. No entanto, essa potência toda pedia uma transmissão mais firme. Quando se solta a embreagem um pouco mais rápido, o conjunto motor-câmbio chacoalha lá na frente. E as marchas parecem curtas demais. O carro reage nervoso ao acelerador (mais em primeira e segunda) e a alavanca balança muito nessas situações. Ficou para a Renault o mérito de ter quebrado uma “panelinha”: até agora, só as montadoras que viveram o Proálcool no País (Fiat, Ford, GM e VW) tinham motores bicombustível. FIAT CONVENCE MAIS No início do ano, o Siena foi reestilizado e ganhou este motor 1.8 bicombustível, que deu certinho no carro: não falta potência na estrada e sobra agilidade na cidade, porque tem bom torque em rotações baixas. A posição da alavanca de câmbio e a facilidade dos engates também ajudam. Seus freios são um pouco melhores que os do Renault. Mas o sistema antitravamento (ABS) que o equipa atrapalha as freadas em piso irregular.

O Clio avaliado não tinha ABS e seu freio era um tanto arisco. Um pouco mais de força e as rodas já queriam travar. As suspensões de Siena e Clio se equivalem em conforto. O carro da Fiat se inclina um pouco mais que o Renault nas curvas fechadas. A aderência do Siena é boa, apesar de suas rodas (opcionais de liga leve com 15 polegadas) calçarem pneus 175/65, estreitos para quem gosta de andar forte.

O Renault também é bom nas curvas; sua frente é pouco mais firme que a do Fiat. Os pneus têm a mesma largura (175/65, mas com rodas de aro 14).

INTERIORES

O Fiat é bem pensado por dentro. Tem suportes para copos, as teclas dos vidros ficam àmão e as quatro portas têm lugar para objetos. No banco de trás, a altura e a forma de seu teto deixam os passageiros mais à vontade. Os pés de quem vai no meio não se acomodam muito bem, mas o espaço para os joelhos é aceitável. O Fiat traz de série um pequeno computador de bordo e pode vir com uma quantidade enorme de opcionais.

Completo, chega a R$ 57.745. Entre os itens possíveis está um sensor traseiro de estacionamento que emite bipes no interior da cabine quando o carro se aproxima, em ré, de um obstáculo. Alguns itens “casados” merecem crítica: ajuste de altura para o banco do motorista, por exemplo, só com todos os air bags (laterais e frontais). O Renault Clio não traz defeitos nas costuras, plásticos e forrações, mas tem falhas de ergonomia grosseiras.

Os botões dos vidros elétricos obrigam o motorista a se desencostar do banco e a tecla de travamento das portas é mais difícil de alcançar (à direita do câmbio). Outro pecado está na abertura do porta-malas, que não condiz com seu tamanho.

O Clio Hi- Flex hoje começa nos R$ 33.100 da versão Autentique (sem conta-giros ou vidros elétricos, por exemplo), mas traz air bags para motorista e passageiro. A mais completa, Privilège, começa em R$ 41.200.