A primeira cooperativa de livre adesão do país, a Crediçúcar, de Santa Cruz das Palmeiras (SP), saiu do capital inicial de R$ 50 mil em abril de 2004 para R$ 1,386 milhão no balancete de maio de 2006. Apoiada a princípio pelo grupo Dedini, hoje ela se sustenta sozinha com R$ 6,7 milhões em depósitos e R$ 6,15 milhões em empréstimos e ainda tem uma “sobra” de R$ 273 mil.
Apesar do nome, os clientes da Crediçúcar têm hoje pouco a ver com a indústria de cana, álcool e açúcar. Vão de empresários a empregadas domésticas, advogados e cortadores de cana e estão também nas cidades vizinhas de Casa Branca e Vargem Grande do Sul. A região, que fica a cerca de 250 km da capital São Paulo, reúne aproximadamente 85 mil habitantes.
“Não conseguimos captar o suficiente para atender a demanda, mas entendemos que o crescimento tem que ser adequado para liberar empréstimos de forma segura”, afirma Umberto Marcomini, gerente técnico da cooperativa.
Segundo ele, a Crediçúcar está agora trabalhando em um projeto em parceria com a associação comercial da região para dar financiamento a um grupo de cabeleireiras que querem montar salões de beleza.
Com o apoio do Centro das Indústrias de São Paulo (Ciesp), que entrou com um capital inicial de R$ 300 mil, a cooperativa de crédito Sicredi Ciesp ABCD abriu as portas em setembro de 2004 com a proposta de ser uma alternativa de financiamento às milhares de microempresas da região do ABCD, centro das montadoras de automóveis de São Paulo. A cooperativa, que começou com apenas 29 associados, hoje tem 300, empresta R$ 4 milhões por mês, administra R$ 6 milhões em depósitos à vista e à prazo e passou a vender seguros, cartões de crédito e planos de previdência em parceria com a Mapfre, Visa e Icatu Hartford.
Dos 300 cooperados, 120 são pessoas jurídicas com faturamento até R$ 12 milhões anuais. O restante são pessoas físicas – os próprios microempresários da região. Suas linhas de capital de giro custam de 2,3% a 2,7% ao mês e a cooperativa se arma para, no futuro, quando estiver maior em patrimônio, poder se candidatar às linhas do Finame/BNDES. “Temos crescido acima da expectativa porque temos taxas (de crédito) melhores que as do mercado e remuneramos bem os aplicadores”, explica Cesar Garbus, presidente da Sicoob Ciesp ABCD. (JR)