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Fitch aumenta Ratings Nacionais do Bicbanco

A Fitch Ratings aumentou os Ratings Nacionais de longo e curto prazo do Banco Industrial e Comercial (Bicbanco). A perspectiva do Rating de longo prazo foi alterada de positiva para estável. O aumento dos Ratings Nacionais do Bicbanco reflete o planejamento estratégico bem-sucedido, implantado desde 2002, quando o banco foi profissionalizado e reestruturado amplamente, o que proporcionou a melhoria do desempenho operacional, da qualidade de ativos e de seus controles de risco.

Os ratings denotam ainda a experiência no segmento de atuação e o prudente gerenciamento da liquidez. Por outro lado, também retratam a política de manter alta alavancagem no crédito. Além disso, deve ser considerado o fato de ser um banco de nicho, com concentrações características, o que o tornaria mais suscetível ao ambiente local e altamente volátil a eventos como os ocorridos após as turbulências no mercado financeiro, desencadeadas a partir de novembro de 2004 com a intervenção do Banco Central (Bacen) no Banco Santos S.A. (Santos).

O Bicbanco tem apresentado, no entanto, desempenho consistente, mesmo durante esse período de maior estresse, além de gerenciamento prudente da liquidez, mantendo um patamar mais alto, apesar dos fortes resgates de depósitos por parte de investidores, principalmente institucionais, a partir do evento Santos, que atingiu a maioria dos bancos pequenos e médios.

A volta das aplicações desses investidores foi prejudicada pela crise política, que tem afetado o país desde maio de 2005. A Fitch não espera um retorno

vigoroso destes clientes no curto e médio prazo. Para compensar a perda desses investidores, o Bicbanco tem procurado diversificar seu financiamento através de outras fontes de captação, com relativo sucesso, como emissões no mercado internacional e de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), de maiores prazos, e cuja demanda tem sido forte, mesmo apresentando maior custo. Além de diversificar a base de captação, o Bicbanco tem procurado pulverizar o crédito, evitando maiores concentrações de riscos em ativos e passivos. A administração espera retornar o crédito aos patamares apresentados no terceiro trimestre de 2004, com maior exposição a risco, devido à alta alavancagem e política de otimização de capital. A Fitch consideraria positiva uma política de capitalização mais conservadora e provisões excedentes às regras prudenciais locais, pois beneficiariam o banco em períodos de deterioração da economia local, o que é altamente provável em mercados voláteis como o brasileiro.

Desde 2003, a rentabilidade do Bicbanco tem permanecido, pelo menos, em linha com a média dos pares, mesmo com o decréscimo de 18% no lucro do primeiro semestre de 2005, devido ao fato dos pares também terem sido prejudicados pelo menor funding disponível no mercado, a partir de novembro de 2004.

O Bicbanco atua primordialmente em crédito para médias empresas com garantia de recebíveis. Sediado em São Paulo, sua origem data de 1938, sendo transformado em banco em 1944. A família fundadora, Bezerra de Menezes, detém 95,78% das ações ordinárias do banco.