O vice-presidente de Operações da Dedini Indústria de Base, José Luiz Olivério, disse ontem (19), em São Paulo, SP, que apesar do empenho do Governo Brasileiro em disseminar o etanol de cana na África, empresas têm enfrentado dificuldades em levantar recursos para projetos em alguns países daquele continente.
Para Olivério, conseguir linhas de financiamentos para projetos em países classificados como de “risco político” é um entrave. O executivo citou como exemplo a luta, que durou um ano, para o equacionamento financeiro de um projeto desenvolvido pela Dedini no Sudão. Nenhuma instituição financeira do Brasil participou deste projeto.
A Usina Kenana Sugar Company, instalada no estado do Nilo Branco, Sudão, foi inaugurada em junho, com estimativa de produzir 65 milhões de litros de etanol este ano. Construida pela Dedini, a unidade pretende elevar a produção para 200 milhões de litros até 2011. Apesar das dificuldades, a Dedini também busca negócios em Angola, Moçambique, Nigéria e Serra Leoa.
De acordo com o Secretário de Tecnologia Industrial, do Ministerio do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Francelino Lamy de Miranda Grando, as empresas brasileiras interessadas no mercado africano devem agir de forma articulada com o Governo. “Os casos devem ser estudados governo a governo. O Itamarati possui gente especializada e está preparado para isso”, disse.