O preço do litro de álcool comercializado em São Paulo apresentou aumento, na semana passada, de aproximadamente R$ 0,15 (cerca de 12% de elevação). Na visão do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) o aumento logo terá que ser repassado ao preço da gasolina – algo em torno de R$ 0,04 -, pois esse combustível recebe 25% de álcool anidro em sua composição. Para o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Gil Siuffo, o preço da gasolina, no Rio, poderá ter um acréscimo de até 3% – algo em torno de R$ 0,05 por litro – e o álcool hidratado em pelo menos 8% – ou R$ 0,13 por litro. As usinas garantem que a elevação de preço é sazonal e ocorre devido ao fim da safra de cana na região Centro-Sul do País, que abastece 60% do mercado nacional.
Nas contas da duas entidades, antes do novo reajuste, os preços do álcool acumulam alta superior a 40% desde julho. De acordo com o diretor do Sincopetro, Hélio Pirani Fiorin, o aumento na capital paulista já começou a ser percebido nas bombas dos postos que compram de distribuidoras menores e em pequenos volumes. Naqueles que adquirem das grandes distribuidoras e que, portanto, comercializam volumes maiores, os preços de bomba para o consumidor devem ter subido até agora aproximadamente entre R$ 0,03 e R$ 0,04. “Mas isso não significa que essas companhias não repassarão para seus bandeirados os valores atualizados em breve. Basta que os estoques de seus postos baixem e estes tenham de comprar produtos novamente”, observa Fiorin. A rigor, o Sincopetro já chamara a atenção do aumento em notas anteriores, demonstrando que em dois meses – de agosto a outubro – o álcool subira aproximadamente 30%. “À época, os empresários do setor sucroalcooleiro usavam como justificativa o período de entressafra, ainda que se tivesse notícia de que a produção de cana-de-açúcar estivesse gerando colheitas pródigas”, observou a nota.