Um estudo divulgado na última semana pelo economista Bruce Babcock, chefe do Centro de Agricultura e Desenvolvimento Rural (CARD em inglês) da Universidade do Estado de Iowa, um especialista agrícola do meio-oeste americano está desafiando conclusões negativas sobre o que poderia acontecer se a atual tarifa de US$0,54 por galão (3,78 litros) imposta ao etanol importado expirar no final deste ano.
Em vez de altos índices de desemprego, queda da produção doméstica de biocombustíveis e maior dependência de fontes de energia estrangeiras, Babcock projeta que os motoristas e contribuintes americanos serão beneficiados se o Congresso simplesmente permitir que a tarifa sobre o etanol importado, assim como o crédito dado aos agentes que misturam etanol na gasolina, termine no dia 31 de dezembro de 2010.
Segundo o representante chefe da Unica para a América do Norte, Joel Velasco, o documento de Babcock contesta diretamente os exageros do lobby do milho. “As conclusões de Babcock estão expondo as alegações que ouvimos com frequência dos apoiadores do etanol de milho, que argumentam que o corte do subsídio e da tarifa de etanol vai eliminar mais de 100 mil empregos, reduzir a produção de etanol americana em cerca de 40% ou algo como quatro bilhões de galões (15,12 bilhões de litros) e deixar os EUA dependentes de etanol estrangeiro,” afirmou Velasco.
Para o gerente de economia e análise setorial da Unica, Luciano Rodrigues, que acompanhou o desenvolvimento do estudo americano, o artigo desmistifica uma série de aspectos relacionados às políticas públicas adotadas pelos EUA e, mais importante, mostra que o etanol de cana pode ser utilizado de forma complementar ao etanol de milho. “Além dos benefícios ambientais já comprovados, o etanol de cana pode trazer vantagens econômicas aos consumidores americanos sem, contudo, comprometer o desenvolvimento da indústria de biocombustíveis daquele país”. As informações foram divulgadas pela Unica.