Mercado

Fiesp quer empregos como prioridade da política industrial

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Horacio Lafer Piva, disse hoje que a política industrial (PI) do governo não pode contemplar apenas quatro setores da economia. Na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que discutiu hoje propostas para a política industrial, Piva afirmou que a Fiesp quer a geração de empregos como o primeiro critério para a formulação da política. O governo anunciou quatro setores como prioridade da PI: fármacos, bens de capital, semicondutores e software. São setores que tradicionalmente registram alto déficit comercial no Brasil. No entanto, por utilizarem alta tecnologia, não são criadores de vagas.

Na avaliação de Piva, a geração de emprego é um dos grandes problemas a serem enfrentados neste ano. Ele destacou que a construção civil é um dos setores que poderia ser incluído no projeto de política industrial, justamente por absorver grande volume de mão-de-obra não qualificada e não criar pressão importadora.

Depois da geração de empregos, o segundo critério mais importante para uma política industrial deveria ser, na avaliação do empresário, a inclusão de setores que não pressionem a balança comercial e atraíam divisas para o País. Nessa categoria ele inclui a agroindústria e a indústria florestal (papel e celulose), que além da capacidade exportadora, são setores em que há fortes vantagens competitivas. “A política industrial tem de olhar isso”, afirmou.

O representante do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior na reunião do CDES, Alessandro Teixeira, informou que não é intenção do governo ampliar o número de setores no projeto de política industrial. Teixeira afirmou que os fóruns de competitividade serão responsáveis por repassar os ganhos obtidos nos quatro setores prioritários para as outras áreas da economia.

Piva informou que só depois que todo o projeto for detalhado a Fiesp encaminhará sugestões ao governo para a inclusão de novos setores na política industrial. O presidente da entidade reiterou que se não houver redução de juros não haverá política industrial, já que juros altos espantam o investimento.