A Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela Vale, fechou contrato com a ED&F Man, empresa britânica que atua no comércio internacional de commodities, para transporte de 1,8 milhão de toneladas de açúcar nos próximos cinco anos. O valor do contrato, porém, não foi divulgado. O primeiro embarque foi realizado em 30 de setembro. A carga saiu do Terminal de Aguaí, no interior de São Paulo, para ser transportada via ferrovia até o Porto de Santos.
“Este contrato abre um novo ponto de carregamento. Esta rota ainda não estava sendo explorada. A região tem potencial de 800 mil toneladas por ano para transporte. A produção é basicamente sucroalcooleira. Neste momento o açúcar está em alta, mas pode ser que transportemos álcool em breve”, disse o diretor comercial da FCA, Fabiano Lorenzi.
Com o novo contrato, a FCA espera incrementar a parti! cipação do açúcar em sua receita, já que a ED&F Man ainda não fazia parte do seu portfólio. No primeiro semestre de 2009, a ferrovia transportou 645 mil toneladas do produto, volume 89% superior ao que foi transportado em igual período do ano passado. Em 2008, foram 904 mil toneladas de açúcar movimentadas pela FCA.
150 vagões. “É o primeiro contrato que fechamos com a ED&F Man, mas acredito que outros ainda podem surgir desta parceria. O corredor que liga Aguaí a Santos é muito relevante. Remanejamos cerca de 150 vagões para atender à nova rota”, afirmou o executivo. Atualmente já são clientes da FCA a Coopersucar, Calor Lira e Cristalserve, entre outras empresas do setor.
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A negociação com a ED&F Man incluiu a construção de terminal em Aguaí com acesso ferroviário, enquanto a FCA ficou responsável pela reforma dos vagões para o transporte do produto, o que exigiu investimentos em torno de R$ 6 milhões. O novo terminal, inaugurado em agosto, tem capacidade para movimentar 350 mil toneladas de açúcar por ano ou cerca de 60 vagões por dia, sendo cada um com 65 toneladas.
De acordo com Lorenzi, o açúcar representa hoje 15% da carga transportada na malha paulista e deve subir para uma fatia entre 20% e 25% dentro de dois anos. O executivo destaca que a utilização da ferrovia permitirá a retirada de 800 caminhões por mês das estradas paulistas. A viagem entre as duas cidades dura cerca de três dias.
8 mil km de trilhos. Em abril deste ano a FCA inaugurou o Terminal Intermodal de Pirapora (TIP), no noroeste de Minas Gerais. O projeto é uma parceria da Vale com a FCA e o governo do estado de Minas Gerais. O investimento total previsto é de R$ 300 milhões, aportados até 2013. Até esta fase do projeto, já foram disponibilizados R$ 50 milhões na recuperação da ferrovia e compra dos primeiros vagões e máquinas e mais R$ 10 milhões já estão programados para a compra de novos vagões. “Pirapora foi nosso primeiro grande passo. A região é uma nova fronteira agrícola do Brasil”, disse Lorenzi.
A Ferrovia Centro-Atlântica tem mais de 8 mil quilômetros de extensão e está distribuída em sete estados brasileiros, além do Distrito Federal. A frota da FCA conta com cerca de 500 locomotivas e 12 mil vagões. Além de açúcar, a FCA transporta combustíveis, grãos, cimento e produtos siderúrgicos, entre outros, e representa importante corredor logístico que conecta as regiões Sudeste e Nordeste do país.
