O secretário-executivo do Minsitério da Fazenda, Murilo Portugal, disse que não há proposta para o financiamento da estocagem de álcool pelos usineiros como moeda de troca para a redução do preço do álcool.
Portugal participa hoje de reunião que envolve representantes de diversos ministérios com usineiros e tem como objetivo encontrar uma forma de conter os preços do álcool, que estão em forte alta devido à entressafra da cana-de-açúcar.
A Folha Online apurou que a proposta de liberação de R$ 1 bilhão para a estocagem do álcool foi defendida pelo Ministério da Agricultura nas reuniões preliminares realizadas nos últimos dias, mas encontrou resistências da Fazenda.
Na reunião de hoje, o governo deve apresentar outras alternativas para que os usineiros concordem em reduzir o preço do produto.
A liberação de recursos para ampliar a capacidade de estocagem do produto teria como objetivo diminuir as oscilações no preço do álcool ao longo do ano.
A lógica é que, se hoje a entressafra afeta o consumidor com elevação dos preços na bomba, durante a safra, que começará em março, poderia afetar a rentabilidade dos produtores, com queda acentuada nos preços diante de um grande volume do produto no mercado.
Casso fosse liberado, o financiamento seria suficiente para a estocagem de mais 2 bilhões de litros, segundo estimativa do setor. O estoque atual é de aproximadamente 4 bilhões de litros, quantidade suficiente para o abastecimento de três meses.
O governo tentará durante a reunião de hoje convencer os usineiros a reduzir o preço cobrado dos distribuidores pelo litro do álcool álcool anidro (utilizado na mistura com a gasolina) de R$ 1,09 para R$ 1.
O financiamento da estocagem de álcool é uma reivindicação freqüente do Ministério da Agricultura. Em 2002, 2003 e 2004 o governo chegou a liberar R$ 500 milhões (a cada ano) para esse fim. No ano passado, no entanto, o dinheiro não foi autorizado pela área econômica.
Hoje os técnicos envolvidos nas negociações evitaram dar detalhes sobre as propostas que serão apresentadas aos usineiros.
Antes da reunião, marcada para as 14h, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, receberá os ministros da Fazenda, Antônio Palocci, da Casa Civil, Dilma Rousseff, e de Minas e Energia em exercício, Nelson Hubner, para um almoço em que deverão afinar o discurso do governo.