O Brasil precisa investir mais em inovação para alcançar uma posição sustentável e consolidada entre as principais economias globais. Esta é a conclusão do mais novo estudo da Roland Berger Strategy Consultants, empresa de consultoria especializada em gestão empresarial. Intitulado “A década do Brasil”, o trabalho analisa o desempenho da economia do País e quais os pontos de melhoria para alavancar o crescimento nacional. De acordo com o Global Innovation Index 2010, o País caiu da 50ª para a 68ª posição no ranking mundial de inovação de 2010. Dentre os países da América Latina, foi apenas o 7º colocado, comparado à 3ª colocação no último ano. “Em 2009, no grupo dos países do BRIC, obtivemos o pior resultado”, alerta Rodrigo Dantas, co-managing partner da Roland Berger.
Segundo o executivo, o País apresenta uma combinação única de quatro fatores para promover um crescimento econômico sustentável: demanda doméstica, mercado de capitais, política e programas de infraestrutura. Se por um lado o cenário econômico favorece o crescimento do Brasil, os investimentos em inovações não são suficientes para sustentar o desenvolvimento.
Para estimular as inovações, é necessário que haja esforços conjuntos entre os setores público e privado. Na visão de Rodrigo Dantas, no início de 2010, muitas empresas reagiram rapidamente e de forma decisiva durante a crise, cancelando investimentos, reduzindo capacidade e cortando custos. Estas mesmas companhias, agora, estão operando tranquilamente e em baixa velocidade, analisando seus mercados, clientes e concorrentes. “Este é o momento para movimentos estratégicos fundamentais e inteligentes”, enfatiza o executivo.
Ainda de acordo com a análise da Roland Berger, as companhias brasileiras devem trabalhar para se tornarem líderes mundiais nos mais diversos segmentos. Para auxiliar as empresas nesta tarefa, a consultoria revela os sete passos essenciais para alcançar o sucesso. São eles: manter o foco em crescimento com rentabilidade, alinhar a estratégia corporativa a um ambiente em transformação, inovar e investir em novos modelos de negócio, consolidar a empresa em escala internacional, garantir acesso ao mercado de capitais, repensar o papel do corporate headquarter e se transformar em um verdadeiro player global.
“Os líderes mundiais não podem e não ficarão parados. Eles buscam novas oportunidades, reinventando seus modelos de negócios e realinhando suas estruturas corporativas”, destaca Dantas. Não há espaço para dúvidas ou falta de iniciativa. Sendo assim, as companhias brasileiras precisam inovar e investir em pesquisa e desenvolvimento, além de incentivar a evolução de seus profissionais. A redefinição da posição competitiva futura do Brasil deve ser agora, enquanto os concorrentes internacionais se preocupam com corte de custos.