Mercado

Exportações ajudam a Voith Hydro faturar R$ 480 milhões

Vendas externas responderam por aproximadamente 85% do resultado da empresa. A Voith Siemens Hydro Power Generation Brasil, join venture entre o grupo Voith e a Siemens para soluções de hidroeletricidade, encerrou seu ano fiscal, concluído em setembro, com receita de cerca de R$ 480 milhões, dos quais 85% referem-se a exportações. “Felizmente, conseguimos contrabalançar a baixa de pedidos nacionais com as exportações”, afirmou o diretor executivo da Voith Siemens no Brasil, Sérgio Parada, lembrando que no ano anterior, as vendas externas responderam por pouco mais de 50% do faturamento.

Um contrato de US$ 40 milhões, ou seja, cerca de 30% da receita total com exportações, foi assinado “aos 45 minutos do segundo tempo”, como definiu Parada. O fornecimento da planta completa da usina hidrelétrica El Platanal (228 MW), no Peru, foi acordado com a Cimentos Lima no final da tarde do dia 30 de setembro.

Internamente o contrato de R$ 9 milhões, assinado junto à Endesa Geração Brasil no mesmo dia, para a repotenciação de uma das turbinas da usina de Cachoeira Dourada (658 MW) possibilitou um incremento na receita da Voith Hydro Brasil antes da conclusão do ano fiscal 2004/2005, possibilitando um crescimento de 25% em relação ao ano anterior.

Previsões

Com o convite feito ao então diretor presidente da Voith Siemens Hydro no Brasil, Julio Fener, para assumir uma posição estratégica na matriz, na Alemanha, assumiu a direção da companhia, Osvaldo San Martin, ex-diretor executivo de operações da Voith Paper Brasil. O principal desafio do novo presidente à frente da empresa é implementar ações de ganho de competitividade, como as que já implementou na divisão de papel do grupo.

“Queremos aproveitar esse momento de ciclo em queda para nos reorganizar e fortalecer”, disse Martin. Embora afirme que hoje a empresa está com produção garantida até março de 2006, quando devem ser finalizados os últimos pedidos, Martin comentou que apenas com pequenos ajustes poderia produzir entre 30 e 40% mais.

Segundo ele, o programa, que incluirá sourcing internacional e ações internas de aumento de produtividade na fábrica, poderá resultar em uma redução de até 20% no tempo de entrega de um projeto e nos custos de produção, índices semelhantes aos conquistados na Voith Paper.

Martin e Parada evidenciam a falta de pedidos no setor elétrico brasileiro. Embora com boas perspectivas para o futuro, já que a necessidade de aumento da capacidade instalado no País deve impor a aceleração das obras nos próximos anos, os projetos hoje em andamento encontram-se em dificuldade.

Por um lado, lembra Parada, os projetos enquadrados no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) ainda não saíram do papel, por conta da dificuldade encontrada pelos investidores em conseguir financiamento. De outra parte, ainda há incerteza sobre a quantidade de projetos de hidroeletricidade que deverão participar do leilão de energia nova, previsto para dezembro.

“Hoje temos em carteira apenas dois projetos do Proinfa – São Bernardo e Esmeralda e estamos em negociação com alguns outros que esperam ser enquadrados para finalizarmos o negócio”, disse.

A saída, identificam os executivos da Voith Hydro, é olhar para a vizinhança. Além do Peru, a companhia vê com a tenção projetos no Chile, Argentina, Equador e Venezuela. “Com o aumento dos preços dos combustíveis e do gás, aumenta a atratividade dos projetos de hidrelétricas, no mundo e dentro deste contexto a América Latina aparece como um mercado interessante”, comentou Martin.

Além disso, a empresa conta com o apoio dos pedidos fechados pelo grupo em outros países. “O Brasil é centro de manufatura em determinados componentes; temos uma receita estável, de cerca de € 60 milhões, por conta desses pedidos”, disse.

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