Mercado

Exportação de cachaça supera previsões

Os produtores brasileiros de cachaça provam que a união faz a força, principalmente quando se trata de exportar.

Pequenas, médias e grandes marcas que compõem um universo heterogêneo de 30 mil fabricantes cujos preços variam de R$ 2 a R$ 54 o litro e cujo público abrange desde trabalhadores da construção civil até intelectuais, falam a mesma língua quando o assunto é exportação.

Munidos de um novo conceito do produto que vira sinônimo de qualidade e de Brasil, o setor já agregou 20 milhões de litros à meta inicial fechada com a Agência de Promoção às Exportações (Apex) de exportar 30 milhões de litros de cachaça até 2010. Um salto de 66,6%.

“Se mantivermos os atuais índices de crescimento, hoje na casa de 30% ao ano, vamos embarcar pelo menos 50 milhões de litros”, afirma a gerente nacional do Programa Brasileiro de Desenvolvimento da Cachaça, Maria José Miranda.

Apesar das exportações representarem apenas 1% da produção total, 1,3 bilhão de litros, elas tiveram um incremento de 33% no comparativo entre 2001 e 2002. A projeção do setor para 2003 é atingir 20 milhões de litros e incrementar em pelo menos 30% a receita.

No ano passado, os embarques de cachaça alcançaram 14,8 milhões de litros e cerca de R$ 15 milhões. No exterior, o litro da bebida é vendido, em média, a US$ 2/ FOB (Free On Board).

Atualmente, a cachaça brasileira é exportada para mais de 50 países, com destaque para a Europa.

Entre os exportadores, um dos exemplos promissores é o da Cooperativa da Cachaça, Coocachaça. Sediada em Belo Horizonte, Minas Gerais, a cooperativa – criada há três anos e que reúne 70 produtores artesanais de pequeno porte – irá consolidar em 2003 as exportações para o mercado asiático.

“Estamos fechando contratos com o Japão, Coréia do Sul, além de consolidar as vendas externas para China e Taiwan. Também chegaremos até a Austrália”, afirma a diretora-presidente da cooperativa, Dirlene Pinto.

Em 2002, a cooperativa embarcou 200 mil litros da marca Samba&Cana, nas versões envelhecida e gold, gerando uma receita de US$ 400 mil. Os mercados compradores foram: Inglaterra, Alemanha, Portugal, Estados Unidos, China e Taiwan. Para 2003, a meta é exportar mais de 400 mil litros e chegar a uma receita de US$ 1 milhão.

Paralelamente às ações direcionadas para o mercado externo, a Coocachaça está lançando o produto para São Paulo e toda a região sul do País.

“Até 2005, queremos atingir um volume de 3 milhões de litros/ano e uma receita de US$ 9 milhões, incluindo as vendas internas e as externas.”

Jamel

Líder regional ancorada pelo carro-chefe, a caninha Jamel, a paranaense Indústria Missiato de Bebidas Ltda pretende ampliar em pelo menos 3% a atual participação das exportações no volume de produção, que hoje é de 200 mil dúzias de litros/mês de cachaça. “Esperamos fechar novos contratos com a França e a Alemanha.

Nós já exportamos para o Paraguai, Bolívia, Chile, Portugal, Ilhas Gregas e África”, afirma a diretora de vendas, Soraya Missiato. Ainda segundo a executiva, para atender a demanda extra, a indústria possui uma capacidade imediata de ampliar a produção em 10% para 220 mil dúzias de litros/mês.

Além disso, segundo a executiva , a empresa estuda o lançamento de novos produtos dentro do conceito de bebidas prontas para consumir.

Atualmente, a empresa já possui a Romanoff Ice, mistura à base de vodca. Embora, representando menos de 1% do volume de vendas da Missiato, o produto ‘ice’ é líder na categoria na região de Jandaia do Sul (PR) onde fica a sede da companhia.

Pitú

A presidente da maior exportadora de cachaça, a Engarramento Pitú Ltda, Maria das Vitórias Cavalcanti, prevê um crescimento de pelo menos 10% nos embarques este ano que hoje representam cerca de 6% do faturamento da companhia.

O carro-chefe de vendas no mercado externo é a cachaça tradicional da marca Pitú. Os embarques do produto alcançam cerca de 2,708 milhões de litros/ano contra 24 mil litros da Pitú gold envelhecida. (Panorama Brasil)

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