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Expansão de projetos sai do papel

As áreas florestais somadas das empresas de papel e celulose do Brasil em 2007 chegaram a 1,85 milhão de hectares, de acordo com estimativa da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). O volume é 10% maior que o de 2006, quando a área totalizava 1,678 milhão de hectares. Na comparação com 2001, quando a área era de 1,398 milhão de hectares, a expansão foi de 32%.

De acordo com o coordenador do Grupo de Trabalhos Florestais da Bracelpa, Evaristo Manuel Lopes, até o final deste ano a área florestal deve crescer mais 350 mil hectares, chegando a 2,2 milhões de hectares. O crescimento da base florestal representa o potencial que a indústria tem para crescer em sis ou sete anos, que é o tempo de maturação do eucalipto, disse Lopes.

As grandes empresas do setor costumam desenvolver programas de fomento para estimular o plantio de eucalipto por pequenos e médios produtores rurais. Os programas de fomento são importantes tanto para as empresas quanto para os produtores rurais. Para o fomentador, é uma forma de estimular a existência de maior quantidade de matéria-prima, utilizada no aumento da atividade industrial, concluiu Lopes. Segundo os levantamentos da Bracelpa, a área florestal dos programas de fomento em 2007 foi de 310 mil hectares.

Na Aracruz Celulose, o programa de fomento chama-se Produtor Florestal. Segundo o gerente regional Florestal, Marcelo Ambrogi, a iniciativa traz vantagens para os produtores. A Aracruz conta com cerca de 30 engenheiros, que fazem periodicamente a assistência técnica. Os produtores ainda recebem os insumos e recursos financeiros para o plantio.

No Fomento Florestal da Klabin, os produtores têm contato com um programa ambiental, o Matas Legais, em convênio com uma organização não-governamental. A parceria incentiva os fomentados a adequar suas propriedades, com atenção às áreas de preservação permanente.

O programa tem 73 mil hectares de área fomentada. Para o gerente de Planejamento e Pesquisa Florestal, José Artemio Totti, a questão ambiental é muito importante. Entre as vantagens para o produtor, Totti aponta a liberdade para decidir com quem vai negociar. Eles não são obrigados a vender para a gente. Nós recebemos apenas 40% da madeira do programa, o restante pode ser vendido.

A área do Programa Fomento de Madeira da Suzano atualmente é de 70 mil hectares. De acordo com o gerente de Relações Institucionais da companhia, Luiz Cornacchioni, a produção dos fomentados corresponde a 20% do consumo da Suzano. Nosso programa existe há mais de 40 anos. Cada produtor recebe aproximadamente R$ 1 mil por hectare plantado por ano. Essa rentabilidade é maior que a obtida com gado e quase a mesma que a da cana-de-açúcar.