Mercado

EXCLUSIVO: Usina Ruette fecha acordo com credores

Usina Ruette, de Paraíso, SP
Usina Ruette, de Paraíso, SP

O tradicional grupo Antonio Ruette Agroindustrial oficializou na noite desta terça-feira (24/03) acordo com 90% dos bancos credores e deverá formalizar já nesta quarta-feira (25) a retirada do pedido de recuperação judicial junto à Vara de Monte Azul Paulista (SP). As informações foram confirmadas nessa terça pela diretora do grupo, Regina Ruette, com exclusividade para o portal JornalCana.

“Acabamos de fechar um acordo standstill (período de salvaguarda) e por 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias, nada poderá ser feito contra a companhia”, disse Regina ao JornalCana pouco depois das 20h dessa terça.

Segundo ela, já nessa quarta o acordo assinado deverá ser levado para o juiz Ayman Ramadan, de Monte Azul Paulista, para que haja a desistência do pedido de recuperação judicial.

Sobre as demissões de funcionários realizadas pelo grupo elas, conforme a diretora, “foram parte de um choque de gestão com o objetivo de reduzir custos e deixar a companhia ainda mais enxuta.”

Clique aqui e saiba mais sobre o grupo Ruette

Usina Ruette, de Paraíso, SP
Usina Ruette, de Paraíso, SP

O grupo entrou com pedido de recuperação no dia 24 de fevereiro. A razão apresentada pela empresa é a incapacidade em gerar caixa suficiente para honrar mais de R$ 340 milhões de dívidas com bancos vincendas na safra que se inicia, de um total de cerca de R$ 800 milhões.

Segundo apurado pelo JornalCana, a empresa não possui dívidas junto a fornecedores e plantadores de cana e  deve parcelar o montante devedor aos funcionários demitidos,  incluindo o décimo terceiro neste parcelamento.

O objetivo desta medida, considerada extrema pelo mercado e pela própria família Ruette, é garantir recursos para as atividades da empresa no prazo legal de seis meses e criar condições para o alongamento das dívidas junto aos bancos, que hoje encontra-se em 1,7 anos, prazo considerado curtíssimo, inviável para uma atividade altamente demandante de capital como a sucroenergética.