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EXCLUSIVO: Térmicas a biomassa reduzem a produção e queda chega a 14%

O bagaço é hoje a  principal biomassa da cana que gera eletricidade
O bagaço é hoje a principal biomassa da cana que gera eletricidade

A geração de eletricidade das térmicas a biomassa tem registrado queda. Nos primeiros quatro meses de 2017, essas unidades processaram em uma capacidade de 1.055 megawatts médios (MWm).

Nos quatro primeiros meses de 2016, as mesmas unidades produziram em uma capacidade de 1.227 MWm. Ou seja, a média do primeiro quadrimestre desse ano é 14% inferior à média dos primeiros quatro meses de 2016.

Os números foram apresentados na manhã de quinta-feira (20/07), em Campinas, por Roberto Castro, conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A apresentação de Castro foi no workshop “Bioeletricidade a partir da palha de cana-de-açúcar: Reflexões sobre o Marco Regulatório”, realizado no auditório do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), pelo Projeto Sugarcane Renewable Electricity (SUCRE), no campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).

A equipe do JornalCana acompanhou o evento. Segundo Castro, não é possível saber os motivos da queda de geração das termelétricas a biomassa.

Possibilidades 

Em entrevista ao JornalCana, Zilmar de Souza, gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), apresenta possibilidades para a queda na produção pelas térmicas a biomassa.

Segundo Souza, a queda na oferta de eletricidade pelas térmicas refere-se ao período entre janeiro a abril, quando as usinas de cana-de-açúcar geralmente estão no período da entressafra.

“No primeiro quadrimestre de 2016 tínhamos mais usinas de cana-de-açúcar moendo cana bisada, o que não ocorreu no primeiro quadrimestre desse ano”, explica o gerente de bioeletricidade da Unica.

Conforme ele, outra possibilidade de maior geração nos primeiros meses de 2016 é que na época o valor do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) era mais alto em relação ao valor praticado no primeiro quadrimestre desse ano.

Há ainda a questão das ações judiciais de empresas de energia que impedem a integralidade do valor a ser recebido pela eletricidade excedente das térmicas movidas a biomassa da cana-de-açúcar.

Esses motivos serviram para desestimular as usinas de cana a ampliar a geração de eletricidade por biomassa.

Informações apresentadas no workshop:

Fonte: CCEE