Em entrevista exclusiva ao JornalCana, o presidente do Grupo Ruette, Ricardo Ruette, dá detalhes sobre como será a safra 2015/16 nas duas unidades do grupo, que aguarda deferimento do pedido de Recuperação Judicial protocolado na sexta-feira (26 de fevereiro) no Fórum de Monte Azul Paulista (SP). A previsão é de que o juiz Ayman Ramadan autorize ou não o pedido até nesta sexta-feira (06).
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Como a Ruette prepara a safra 15/16 nesta fase de pedido de Recuperação Judicial?
Está tudo correndo normalmente. Temos caixa próprio para administrar os custos por pelo menos 40 dias da safra.
Qual é a previsão de início da safra?
Em 06 de abril nas duas unidades (Paraíso, em Paraíso, e Monterey, em Ubarana, ambas no interior paulista), com previsão de moer 3,5 milhões de toneladas de cana, 50 mil toneladas acima da moagem do ciclo anterior. O volume extra é de cana bisada. Do total, 2,2 milhões de toneladas deverão ser moídas em Catanduva, com as 50 mil toneladas de cana bisada, e 1,3 milhão de toneladas em Ubarana.
Como deverá ser o mix de produção?
Na unidade de Catanduva, faremos mais etanol, com 60% do mix. A previsão é chegar a 40 milhões de litros de hidratado, 30 milhões de litros de anidro e 160 mil toneladas de açúcar. Jà a unidade de Ubarana faz exclusivamente etanol anidro, e deveremos chegar a 105 milhões de litros.
E a produtividade da safra 15/16 deve superar a anterior?
Sim, deveremos obter 80 toneladas de cana por hectare (tch), ante 79 tch no ciclo 14/15.
Como é o perfil dos canaviais que atendem as duas unidades?
Dois terços são de cana própria, e o restante de fornecedores
Qual o número de funcionários diretos?
São 2,2 mil, sendo 1,2 mil em Paraíso e 1 mil funcionários em Ubarana.
E a cogeração de excedentes?
Temos na unidade de Paraíso, que produz por safra 60 mil megawatts-hora (MWh), consome 10 mil MWh e vende, pelo Proinfa, os 50 mil MWh restantes. Na unidade de Ubarana, produzimos 20 mil MWh para consumo próprio.
Conforme divulgado, o grupo tem estoque de etanol e, como o senhor disse, possui caixa para administrar a safra por até 40 dias. Com essa liquidez seria mesmo o caso de ter entrado com o pedido de Recuperação Judicial?
Temos muito endividamento financeiro. São R$ 340 milhões para uma companhia que fatura R$ 100 milhões acima desse montante. E decidimos entrar com o pedido de Recuperação Judicial justamente porque estamos com liquidez financeira, que irá nos ajudar a iniciar a safra.