Mercado

Europeus resistem a trocar açúcar por etanol

Produtores de açúcar na Europa e as autoridades de Bruxelas travam uma verdadeira guerra por causa do etanol. Os produtores querem receber compensações maiores para que transformem sua atual produção de açúcar em combustível.

Para os parlamentares europeus, a compensação por retirar o produto do mercado deve ser de 625 por tonelada, contra apenas 218 que está sendo oferecido por Bruxelas.

Desde 2005, os europeus debatem como fazer para reduzir o volume de açúcar no mercado europeu. A Organização Mundial do Comércio (OMC), a pedido do Brasil, avaliou e condenou os subsídios europeus ao setor. Bruxelas, então, passou a estudar formas para reduzir os subsídios e, portanto, se concentrar apenas na produção que seja competitiva.

Para os demais produtores, a UE oferece uma compensação. Esses recursos seriam dados tanto para quem abandonasse a produção, como para a transformação do cultivo em etanol e instalação de usinas. O problema é que Bruxelas aceitava apenas pagar por 35% do valor da produção que seria convertida. A Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu agora quer que a compensação seja de 100%.

Por enquanto, apenas 2,2 milhões de toneladas de açúcar foram retirados do mercado nos primeiros dois anos da reestruturação do subsídio criado há 40 anos.

O volume de ajuda acabou tornando a Europa o maior exportador do mundo, apesar de ter um produção com baixa competitividade em comparação ao Brasil.