O governo dos Estados Unidos não dá qualquer sinal de que esteja disposto a abrir seu mercado de etanol.
Ontem, o embaixador americano para a Organização Mundial do Comércio (OMC), Peter Allgeier, reconheceu que a conversão do milho e da soja em etanol está contribuindo para a elevação dos preços dos alimentos no mundo.
Mas evitou falar em uma revisão das barreiras.
A OMC concluiu ontem sua avaliação da política comercial americana, sabatina que ocorre a cada dois anos.
Para Allgeier, há de fato uma relação entre a produção de etanol nos Estados Unidos e a alta de preços dos alimentos.
Mas alertou que outros fatores teriam um impacto maior sobre os preços que o etanol.
Entre eles estariam o preço do petróleo, maior demanda por alimentos e más colheitas diante da seca em alguns países.
“Os Estados Unidos buscam políticas com a meta de garantir o fornecimento abundante, seguro e a preços baixos de energia e de alimentos”, afirmou Allgeier, que já foi o negociador americano para a finada Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
O Brasil e outros países aproveitaram a sabatina na OMC para atacar os subsídios ao etanol e as medidas protecionistas.
O Itamaraty ainda pediu a queda das barreiras alfandegárias.
Mas Washington apenas se limitou a dizer que está “investindo significativamente no desenvolvimento de uma próxima geração de biocombustíveis que promoverão, ao mesmo tempo, a segurança alimentar e a diversificação energética”.
Os americanos garantiram que sua nova lei agrícola, aprovada pelo Congresso e que perpetua as distorções no mercado de alimentos, poderá ser modificada caso haja um acordo na Rodada Doha que limite os subsídios.
Vários países atacaram os subsídios e alertaram que precisam ver uma correção nessas distorções.
(Fonte: Jornal do Commercio/RJ/Jamil Chade/Correspondente da Agência Estado em Genebra
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Petrobras e Unipar anunciam criação da Quattor Participações, a petroquímica do Sudeste
SÃO PAULO – A Petrobras e a petroquímica Unipar anunciaram hoje a conclusão da reorganização acionária pela qual foi criada a Quattor Participações, também chamada informalmente de Companhia Petroquímica do Sudeste.
Após as transferências de ativos, a Unipar ficou com 60% do capital votante da nova empresa, enquanto a Petrobras ficou com 31,9% e a Petroquisa (subsidiária da estatal), com 8,1%.
Pelo processo de reorganização, a Unipar transferiu à uma empresa denominada Fasciatus 33,3% do capital da Rio Polímeros, 51,35% da PQU, 99% da Polietilenos União e todos os bens e direitos que detinha sobre a Unipar Divisão Química.
Além disso, desembolsou R$ 380 milhões, utilizados na compra de 415.
224.
345 ações da Rio Polímeros.
A Petroquisa, por sua vez, transferiu sua fatia de 17,44% na PQU para uma empresa denominada Dapean Participações, controladora da Suzano Petroquímica.
Essa última acabou rebatizada de Quattor Petroquímica.
Após esses movimentos, a Fasciatus foi totalmente incorporada pela Dapean, que finalmente acabou se tornando a Quattor Participações.
Essa empresa terá como controladas a Polietilenos União, a Rio Polímeros, a Petroquímica União e a Quattor Petroquímica (ex-Suzano).
No entanto, a intenção dos controladores é consolidar todas essas empresas em uma só, o que deve ocorrer após as aprovações necessárias.
A nova estrutura, segundo Unipar e Petrobras, já foi comunicada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e será informada às bolsas de São Paulo, Nova York, Madri e Buenos Aires, bem como para as comissões de valores mobiliários de Brasil, Estados Unidos e Argentina.
A Quattor Participações irá ainda requerer à CVM, dentro de 30 dias, o registro de oferta pública de aquisição de ações restantes da PQU, com o objetivo de cancelar seu registro de companhia aberta.
Como controladora da nova empresa, a Unipar terá direito a seis cadeiras no conselho de administração, ficando a Petrobras com três assentos.