EUA planejam substituir combustíveis de aviação por SAF até 2050

Em 2021, o país produziu 5 milhões de galões de SAF, e nos primeiros seis meses de 2024, essa cifra saltou para 50 milhões de galões

Imagem de avião sobrevando sobre caminhão de SAF
Foto cortesia da iStock.com. | A commercial jet with biofuel tank. Photo courtesy of iStock.com.

Jim Spaeth, do Departamento de Energia dos EUA, anunciou que o país pretende produzir 3 bilhões de galões de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) até 2030.

Essa produção, segundo ele, permitirá uma redução de 20% nas emissões de CO2.

Tem mais: o representante do Departamento assegurou que a meta é substituir totalmente os combustíveis fósseis de aviação até 2050.

Acelerando a transição

O anúncio foi feito durante a Conferência BBEST – IEA Bioenergy 2024, realizada em São Paulo entre os dias 22 e 24 de outbro.

Nesta edição, o evento abordou o tema “A bioenergia e os bioprodutos: Acelerando a transição em direção à sustentabilidade”. 

A partir da biomassa

Spaeth explicou que a meta inclui a produção de 1 bilhão de toneladas de biomassa para gerar 60 bilhões de galões de biocombustíveis.

Com esse volume, disse, será possível reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 450 milhões de toneladas métricas de carbono e criando 1 milhão de empregos até 2050.

Responsável

O setor de transporte nos EUA é o maior responsável por emissões de GEE, o que representa um desafio significativo.

Para lidar com isso, a administração Biden lançou o US SAF Grand Challenge em setembro de 2021, com o objetivo inicial de reduzir em 50% as emissões do setor de aviação.

O governo mobilizou oito agências, incluindo a NASA e o Departamento de Defesa, para apoiar a meta de 60 a 70 bilhões de galões de SAF até 2050, o que exigirá 1,3 bilhão de toneladas de biomassa por ano.

O Departamento de Agricultura se concentra na obtenção da matéria-prima, enquanto o Departamento de Energia trabalha na conversão e armazenamento.

Até madeira

Spaeth afirmou que os EUA possuem diversas matérias-primas, como milho, soja e madeira. No entanto, a eficiência e os custos da tecnologia de conversão precisam ser melhorados.

Em 2021, o país produziu 5 milhões de galões de SAF, e nos primeiros seis meses de 2024, essa cifra saltou para 50 milhões de galões, evitando 300 mil toneladas métricas de GEE. Spaeth projetou uma produção de 2,5 a 5 bilhões de galões de SAF até 2030.

O desenvolvimento da cadeia de SAF exigirá forte apoio de políticas públicas e a certificação dos novos combustíveis.

Atualmente, existem 26 rotas de produção de SAF nos EUA. Spaeth afirmou que o país terá aproximadamente 1,75 bilhão de toneladas de matérias-primas disponíveis até 2050.

Ele enfatizou que a colaboração global será essencial para o sucesso do SAF.

“Queremos criar um ecossistema global de SAF, pois nenhum país terá sucesso nesse setor sozinho”, concluiu.