Mercado

EUA e Europa rejeitam tributo menor ao etanol

O setor sucroalcooleiro vive momentos de definição no mercado doméstico e no cenário internacional. Na sexta-feira, André Corrêa do Lago, ministro do Departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores disse que que dificilmente os Estados Unidos eliminarão a tarifa de importação do etanol, o que possibilitaria o aumento das importações do produto brasileiro. A União Europeia (UE) também sinalizou que não reduzirá o tributo para o produto brasileiro.

Segundo Lago, uma redução neste imposto é o mais provável mas mesmo assim depende de muitas negociações no parlamento norte-americano. O ministro acredita que a administração Barack Obama tem um grande desafio pela frente em função de seu discurso que prega mudanças na política ambiental.

“Quanto mais ele bater nesta tecla, será melhor para o etanol brasileiro. Porém, quanto mais ele defender uma política ambiental firme para os biocombustíveis, mais claro vai ficar a importância da cana-de-açúcar do Brasil nesta questão, o que deve causar uma reação muito forte dos lobbies agrícolas dos EUA”, disse. Ele explica que já existe uma forte reação contrária ao etanol amparada em questões sociais e ambientais que estão anulando o fato deste combustível à base de cana ser o mais viável.

Já o português João José Soares Pacheco, embaixador-chefe da Delegação da Comissão da União Europeia no Brasil, afirmou na sexta-feira que um acordo de livre mercado para o etanol brasileiro na União Europeia (UE) apenas deve ocorrer no âmbito do Mercosul. “Não é realista a possibilidade do bloco europeu reduzir a tarifa de importação para o etanol brasileiro de forma bilateral sem ter uma contrapartida”, disse Pacheco. Ele afirmou que não existe a menor probabilidade de a UE eliminar apenas o imposto para o etanol brasileiro. Segundo ele, as negociações no Mercosul estão paradas mas, se forem retomadas, um acesso preferencial ao etanol brasileiro pode acontecer.

Pacheco disse também que está completamente convencido de que a produção de cana no Brasil para etanol não afeta a produção de alimentos, nem está devastando a floresta Amazônica.

Alcoolduto paulista

Sérgio Van Klaveren, presidente da Uniduto, afirmou que a primeira fase do alcoolduto que ligará Sertãozinho até o porto de Santos iniciará suas construções em abril de 2010. Com orçamento de R$ 1,8 bilhão, na primeira fase do empreendimento serão construídos 600 quilômetros de dutos, que ligarão as regiões produtoras do oeste paulista até os principais centros consumidores como Campinas e São Paulo e chegar até ao Guarujá. A Uniduto é um conglomerado formado por 12 grandes grupos do setor sucroalcooleiro do Brasil que operam 81 usinas, entre eles Copersucar, Cosan e São Martinho.